Os cerca de dois mil manifestantes que se concentravam em frente à Câmara Municipal de São Paulo, desde às 13h de terça-feira (29/4), foram dispersados com bombas de efeito moral lançadas pela polícia. Os presentes que acompanhavam a votação do Plano Diretor Estratégico (PDE) da cidade se revoltaram após o anúncio da suspensão da sessão. A votação do projeto foi suspensa porque os vereadores avaliaram que é melhor aguardar a publicação de emendas ao texto (algumas com mais de 500 páginas), em vez de tentar ler cada uma das peças em plenário.
Fotos: Deborah Moreira - Imprensa SEESP
Manifestantes se concentram em frente à Câmara nesta quarta (30/4)
Houve tumulto, gritaria, correria e o Viaduto Jacareí se tornou uma praça de guerra. Mesmo com a ação violenta da tropa de choque para reprimir o protesto, os sem-tetos retornaram ao local e prometem resistir. Um grupo de cerca de 100 pessoas acampou em frente à Câmara.
Na manhã desta quarta (30/4), os presentes receberam senhas para entrar na Casa e acompanhar a votação no plenário. Um grupo de cerca de 500 pessoas se concentra em frente da casa legislativa por volta das 12h.
Eles exigem a inclusão da demarcação das Zonas de Interesse Social (Zeis) no Plano Diretor da cidade para que seja priorizado o acesso à moradia por famílias de baixa renda.
Confronto entre manifestantes e polícia na noite de terça-feira (29/4)
Segundo a Câmara Municipal de S. Paulo, os vereadores retomaram na manhã de hoje a votação do PDE com a discussão nas comissões. Após o parecer dos colegiados, a matéria volta para ser debatida em plenário.
A expectativa da maioria dos parlamentares é que o projeto seja aprovado ainda hoje. No entanto, o vereador Mario Covas Neto (PSDB) acredita o texto ainda vai gerar muita discussão. "Eu vim hoje para o plenário achando que votaríamos. Mas acredito que até ela ser realizada, vamos ter muito debate. Se não votarmos hoje, sem dúvidas o projeto será votado semana que vem", sinalizou.
A bancada do PSDB está de acordo para que a votação aconteça hoje. No entanto, já apresentou emendas para serem incluídas ao texto na segunda votação. Entre as principais propostas estão a cota de habitação para idosos e deficientes, a instalação de equipamentos públicos dentro dos conjuntos habitacionais e a retirada da estação do transbordo de lixo do bairro Jaguara, da região da Lapa.
Imprensa SEESP
Com informações da Câmara Municipal de S. Paulo