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01/07/2014

Estrangeiros organizam a Copa dos Refugiados em São Paulo

Desde o início do ano, um grupo de estrangeiros refugiados trabalha em conjunto para realizar a primeira Copa dos Refugiados do Brasil. A iniciativa conta com o apoio do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) e da Cáritas Arquidiocesana de São Paulo, mas é com as ideias e as mãos dos próprios refugiados que esta atividade vem sendo construída ao longo de 2014 em São Paulo.

Os organizadores vêm de países diversos, como Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Nigéria, Camarões, Síria, Bangladesh, Angola e Burkina Faso. Até mesmo uma mulher iraquiana faz parte do grupo, que também é marcado pela diversidade religiosa e profissional.

Um dos organizadores é poeta; outro é engenheiro de informática; dois são músicos e um deles é dono de uma pequena lan house. Há muçulmanos e cristãos em uma unidade alegre e muito descontraída, apesar de todos compartilharem histórias de guerra ou perseguições como motivo de sua vinda para o Brasil.

O grupo tem se reunido há meses para definir a estrutura do campeonato, o local dos jogos, a composição das equipes e, também, para buscar recursos, planejar a realização de atividades culturais e organizar um evento prévio à data dos jogos. No dia 28 de junho, além do sorteio dos times que se enfrentarão na primeira rodada de jogos, teve a apresentação do hino da Copa – composto por dois rappers refugiados – e outras atividades culturais, com a presença dos organizadores do campeonato, dos representantes dos times e seus jogadores, de voluntários e da equipe das entidades que estão dando apoio ao evento. Já nos dias 2 e 3 de agosto terá lugar o campeonato propriamente dito, no Centro Esportivo do Glicério, mais conhecido como “Campo da Tia Eva”.

No primeiro dia do campeonato, no sábado (2/8), as 16 equipes se enfrentarão em oito jogos eliminatórios e os vencedores passarão para a fase seguinte da competição. As quartas de final, as semifinais e a grande final ocorrerão no dia 3 de agosto (domingo), que será o dia mais festivo do evento, com a presença de torcida e com apresentações culturais, atividades recreativas, oficinas de arte e exposições realizadas por refugiados. Fotógrafos, jornalistas e até um DJ refugiado também dividirão as tarefas do evento.

Dois grandes significados
Os estrangeiros que estão trabalhando na organização da Copa dos Refugiados têm dito que este evento tem dois grandes significados.

Inicialmente, por envolver seleções de 16 países diferentes e apresentações culturais preparadas por mulheres, jovens e grupos de outras nacionalidades, o evento promoverá uma confraternização universal e estimulará a solidariedade entre todas as comunidades de pessoas que estão refugiadas na região de São Paulo.

Além disso, a realização do evento pelos próprios refugiados e com a participação de tantos atores diferentes pode mostrar para o Brasil que “os refugiados nem sempre são aquelas pessoas que todo mundo vê na televisão, fracas e dependentes”, como diz R., um dos organizadores e procedente dos Camarões.

Empoderamento, união e combate ao preconceito são alguns dos objetivos que todo o grupo persegue, mas que também dividem espaço com a alegria e a paixão pelo futebol, no período e no país em que se realiza o principal campeonato de futebol do planeta.

Com este espírito bastante diverso, a Copa dos Refugiados conta com parceiras e doações – as quais podem ser feitas por depósito em conta bancária fornecida pela Caritas – Banco Itaú – Agência 7657 – Cáritas Arquidiocesana de São Paulo – CNPJ62021308/0001-70 – e também através do site de fundraising KICKANTE utilizado por entidades como Cruz Vermelha e Médicos Sem Fronteira: http://bit.ly/1pWR2Rk.

A Copa dos Refugiados, organizada com o apoio da Cáritas São Paulo e do ACNUR, possui uma página no Facebook (facebook.com/copadosrefugiados), onde há fotos das reuniões e um pequeno vídeo produzido por dois cineastas estrangeiros.



 

Imprensa SEESP
Fonte: ONU-BR










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