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24/02/2010

Veículos elétricos poderão ter rede temática no Sibratec

      O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) dá o primeiro passo para criar uma rede nacional sobre a nova tecnologia
      A indústria automotiva mundial está empenhada no desenvolvimento de veículos elétricos, híbridos e com células de combustível, mas no Brasil a viabilidade econômica dessas alternativas ainda é uma incógnita. No mês passado, mais de 40 modelos foram apresentados ao público no salão do automóvel de Detroit (EUA), revelando que as inovações são tendência irreversível no setor de transportes, sobretudo pela necessidade de mitigar as emissões de poluentes.
       Os desafios dessas tecnologias, no entanto, ainda são consideráveis. As baterias precisam se tornar mais eficientes e de menor custo, a infraestrutura de abastecimento necessita ser articulada e também é preciso conhecer o impacto na matriz energética diante da perspectiva de produção desses veículos em larga escala. No caso do Brasil, o desafio ainda é maior. A indústria deve decidir se vai importar tecnologia ou desenvolver algo específico para a realidade do país e da América do Sul.
       Todas essas questões foram contempladas em uma reunião no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), no início do mês, quando o secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Ronaldo Mota, apresentou a representantes do setor automotivo a possibilidade de uma rede temática de veículos elétricos no âmbito do Sistema Brasileiro de Tecnologia (Sibratec), criado em 2007 para apoiar o desenvolvimento tecnológico do setor empresarial nacional.
       Atualmente, o Sibratec mantém 11 redes de pesquisa e desenvolvimento em áreas estratégicas e que ao mesmo tempo têm demanda de mercado reconhecida como, por exemplo, os segmentos de microeletrônica, manufatura e bens de capital e vitivinicultura, entre outros.
       Mota disse aos participantes que, caso ocorra a definição pela modalidade Sibratec, para obter sucesso a rede de veículos elétricos deverá ter um núcleo de coordenação apto a elaborar um termo de referência, indicando quais são os gargalos para o desenvolvimento da tecnologia. Esse núcleo também faria contato com cada empresa que estiver interessada em atuar na nova frente tecnológica, discutindo desafios e soluções. "Inicialmente, vamos delimitar o objeto da rede para depois constituí-la formalmente", afirmou.
       Segundo os especialistas do setor automotivo e representantes da indústria que participaram da reunião, a tecnologia deve ingressar inicialmente em alguns nichos de mercado, como o de transporte coletivo. Na cidade de São Paulo, por exemplo, alguns ônibus híbridos têm sido testados nos últimos anos. Já no que tange aos veículos de passeio, a chegada de modelos elétricos deve demorar pelos menos cinco anos. A produção em massa desses veículos pressupõe grandes investimentos, que necessitam de reconhecimento de demanda para se efetivarem. Por outro lado, a competição entre as marcas encurta a gestação de projetos.
       Ao fim da reunião, Mota afirmou que existe potencial para a consolidação da nova rede do Sibratec ou outros instrumentos de apoio ao desenvolvimento da área, e que será preciso agora cumprir etapas para organizar a rede, como, por exemplo, discutir o assunto com o Ministério da Fazenda e ouvir instituições que tenham conhecimentos específicos sobre o tema.

(Assessoria de Comunicação do IPT)

 

 

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