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26/08/2014

CNTU apresenta propostas à construção de um Brasil melhor

A Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU), em sua 6ª Jornada Brasil Inteligente, realizada em 22 de agosto, na Capital paulista, apresentou documento das categorias que representa para a construção de uma nação justa, democrática e desenvolvida. Em 50 pontos essenciais, elaborados a partir de amplos debates que percorreram as cinco regiões do País, a entidade, que representa mais de dois milhões de profissionais, aponta um norte a se seguir nos próximos anos, a partir das eleições que acontecem neste ano. “Trazemos propostas em direção ao bem-estar da população, ao fortalecimento da nossa democracia e a iniciativas que garantam o bom desenvolvimento econômico”, registrou Murilo Pinheiro, presidente da entidade, que, à abertura do evento, comemorou o lançamento da terceira edição da revista Brasil Inteligente como mais um passo na consolidação da integração dos profissionais liberais e sua inserção responsável nos principais debates nacionais.


Foto: Beatriz Arruda
TerceiraJornada CNTU 2 home Pinheiro, presidente da CNTU, faz a abertura de evento que lançou terceira edição
da revista Brasil Inteligente e discutiu as eleições de 2014


Allen Habert, diretor de Articulação Nacional, destacou que, mesmo sendo uma entidade jovem, com oito anos de existência, a CNTU se determinou, a partir do esforço coletivo, a entender melhor o País para ajudar o pensamento nacional a avançar. “Os nossos profissionais se colocam, portanto, como protagonistas e progressistas, apresentando um “passaporte” qualificado para dialogar com os poderes executivo, legislativo e judiciário.”

São sete diretrizes que, para a CNTU, constituem-se nas grandes áreas em que o Brasil tem não só importantes desafios a vencer, mas também excelentes condições de evoluir: Estado, democracia e participação social; universalização dos serviços públicos; defesa do trabalho e dos trabalhadores; infraestrutura econômica, social e urbana; desenvolvimento, mercado interno, reindustrialização e sustentabilidade; e bem-estar social, qualidade de vida e ética.

Na sequência ao lançamento da revista, o evento tratou das eleições de 2014, recebendo Antônio Augusto Queiroz (Toninho), diretor de Documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), João Guilherme Vargas Netto, consultor sindical da confederação, e Fernando Nogueira da Costa, professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (IE-Unicamp). Toninho alertou para a desqualificação da política por ignorância ou má-fé. “Vivemos hoje, no país, uma profunda descrença com a política, as instituições democráticas e o governo”, observa. Situação, aponta, perigosa, que entrega às pessoas que não têm interesse de agir de forma republicana ou de resolver os problemas sociais as discussões e decisões mais importantes da sociedade. E continua: “O mercado está se apropriando da política. E isso é uma temeridade.”

Nessas eleições, o diretor do Diap observa que, mais importante do que os próprios programas de governo, é ver quem está no entorno dos candidatos à Presidência da República. “É determinante saber se as equipes econômicas se alinham ao setor financeiro ou ao produtivo.” Toninho também não concorda com os que alardeiam estar o País à beira de um caos, afirmando que as reservas cambiais estão elevadas, a inflação está dentro da meta e não descontrolada. Para ele, existe uma “guerra midiática” contra os avanços do governo atual, junto com uma ofensiva muito grande contra os direitos dos trabalhadores.

Na mesma linha, Vargas também chamou a atenção à composição das equipes econômicas dos candidatos e quem pode ser chamado a integrar o futuro governo de cada um dos concorrentes. Mas apresentou uma discussão nova falando que a conjuntura brasileira atual vive uma singularidade, que ele define como uma situação onde as regras pré-existentes são temporariamente suspensas por um fato totalmente novo, carregado de dramaticidade. Foi assim, avalia, no dia 24 de agosto de 1954, com o suicídio do ex-presidente Getúlio Vargas e, agora, no dia 13 de agosto, com a morte do candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, em acidente aéreo na cidade de Santos (litoral paulista). “É óbvio que estamos vivendo uma situação de singularidade dentro de um processo que estava corriqueiro. Aconteceu algo que fugiu ao panorama e introduziu o elemento da emoção. As pesquisas eleitorais comprovam isso.” Todavia, questiona, como dirigentes vamos nos deixar tocar por esse fato inusitado ou perceber que, apesar dele, existe uma situação estruturante.

Na sua exposição, o professor da Unicamp afirmou que o que está em jogo nas eleições de 2014 é a continuidade ou o retrocesso, apresentando vários quadros com a evolução comparativa entre governos, de diferentes épocas, sobre expansão do mercado interno, índice de pobreza, mobilidade social, evolução do crédito, financiamento de veículos, construção de unidades habitacionais sociais etc.. Para ele, os três grandes objetivos de um governo são: mudanças estruturais, aquelas voltadas à modificação da estrutura econômica do país: alterando a forma de propriedade vigente, regulando o funcionamento do mercado, criando empresas públicas, regulamentando os conflitos trabalhistas, alterando a distribuição de renda, controlando o fluxo de capital estrangeiro etc.; estabilização conjuntural, que visa à superação em curto prazo de problemas macroeconômicos, como inflação, desemprego e déficit do balanço de transações correntes; e crescimento sustentado, cujo objetivo é a manutenção ou a aceleração do crescimento econômico em longo prazo.



Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa SEESP








 

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