As Centrais Sindicais intensificam a mobilização contra o pacote fiscal, diante da falta de disposição do governo para negociar mudanças efetivas nas Medidas Provisórias 664 e 665, que alteram as regras trabalhistas e previdenciárias. Desde o início da manhã desta segunda-feira (2/3), sindicatos e representantes das centrais estão concentrados em frente às Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego de todo o País.
Foto: Força Sindical/divulgação
Ato em frente a Superintendência do Trabalho em S. Paulo, na rua Martins Fontes
Os dirigentes também alertam para a volta à baila de propostas de precarização das condições de trabalho, como a possibilidade de votação do projeto de lei 4.330 - que abre a possibilidade da terceirização nas atividades-fim das empresas. “Essas medidas trazem grandes prejuízos à classe trabalhadora”, expressou o secretário geral da CTB, Wagner Gomes.
Em entrevista a Agência Sindical, José Calixto Ramos, presidente da Nova Central, durante o lançamento na terça (24), em São Paulo, de uma campanha contra abusos trabalhistas no McDonald’s, reafirmou que a posição dos trabalhadores continua sendo a de defender a revogação das MPs.
“A decisão que tomamos foi pedir a retirada das medidas, para que pudéssemos discutir o assunto sem uma guilhotina armada”, destaca. No entanto, após participar da reunião com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), voltou a defender a articulação contra as MPs no Congresso: “Não tem outro caminho”.
O presidente da UGT, Ricardo Patah, cobrou coerência por parte dos interlocutores na Esplanada dos Ministérios. “O governo ainda não percebeu a dimensão em que nos coloca. Se não houver mudanças objetivas nessas medidas, não teremos como aceitá-las”, afirma. O sindicalista aponta que a mobilização nas ruas é o caminho para barrar as tentativas de retrocesso nos direitos.
Também ocorrem manifestações em Maceió, Alagoas; em Manaus, Amazonas; Salvador, Bahia; Goiânia, Goiás. Em Belo Horizonte, Minas Gerais, a manifestação ocorreu no Centro e terminou por volta das 10h. Por volta das 11h15, cerca de 100 trabalhadores do Recife (PE), se concentravam na Praça do Derby para sair em passeata pela Avenida Agamenon Magalhães. Os trabalhadores pretendem fazer uma caminhada até a Superintendência Regional do Trabalho, no bairro do Espinheiro.
Na Baixada Santista, o ato foi na Praça José Bonifácio, em Santos, e as centrais afirmam que permanecerão concentradas na porta do Ministério de Trabalho, durante a segunda-feira. Em Sorocaba, cerca de 80 pessoas ocuparam o prédio da Gerência Regional do Ministério do Trabalho e Emprego.
Em São Paulo, os dirigentes informaram que o ato reunia cerca de 600 trabalhadores.
A primeira manifestação contra as MPs 664 e 665 ocorreu dia 28 de janeiro. Saiba como foi aqui.
Com agências