Professores das redes estaduais de São Paulo e Paraná, e do município de Goiânia (GO), estão em greve. Nos três casos enfrentam a mesma dificuldade: a falta de diálogo e a truculência das autoridades locais. Em São Paulo, a paralisação chega ao 48º dia, e o governador Geraldo Alckmin (PSDB) continua negando a existência do movimento. De acordo com a Apeoesp, o sindicato da categoria, a greve tem 59% de adesão e, na segunda-feira (27) foi considerada legal pela Justiça. No Paraná, ao tentarem acompanhar uma votação importante para a categoria, na Assembleia Legislativa (Alep), foram recebidos com uma chuva de balas de borracha e gás lacrimogêneo pela tropa de choque do governador Beto Richa, deixando um saldo de 170 feridos, muitos em estado grave.
Foto: Joka Madruga/App Sindicato
Polícia do Paraná reprime professores que tentaram acompanhar
votação de projeto que prejudica previdência da categoria
Os docentes paranaenses voltaram a cruzar os braços na segunda-feira (27/4) e tinham liminar da Justiça que garante à categoria o direito de entrar nas galerias durante a votação do projeto de lei da previdência. O objetivo da presença dos servidores era pressionar os deputados estaduais a não aprovarem as mudanças na previdência que prejudicam a categoria. A confusão começou quando a PM obrigou os professores a retirar o caminhão de som e ampliou o isolamento em torno da sede do legislativo, fazendo uso de spray de pimenta e bombas de gás e jatos d'água contra os manifestantes, que bradavam "Professor não é bandido". Foram quase duas horas de violência e covardia por parte da Polícia.
Apesar dos esforços dos professoers, o projeto do Executivo foi aprovado em sessão extraordinária, em segunda votação. Agora, deverá ser sancionado por Richa. Foram 31 votos favoráveis e 20 contrários, mesmo número de votos da primeira votação. O proejto da administração do PSDB, em crise, reduz repasses do governo para pensões e transfere inativos de fundos previdenciários, o que pode comprometer a previdência dos servidores.
Movimentos sociais, sindicatos e trabalhadores protestam nas redes sociais em solidariedade à categoria, usando a hashtag #BrasilComOsProfessoresDoParaná.
SP
Em São Paulo, os professores chegam hoje (30) ao 50º dia de greve. Na segunda (27), a estimativa da Apeoesp (sindicato da categoria) com adesão de 59%, o equivalente a pelo menos 135.700 docentes da rede. A próxima assembleia está marcada para esta quinta, no vão livre do Masp, às 14h. Até lá, estão previstos atos regionais, em diferentes cidades.
"Abra negociação e pare de achar pretexto, porque a nossa greve é pelo fechamento e 3.390 salas de aulas, nossa greve é pelos baixos salários que São Paulo vergonhosamente consegue pagar, menos que o Acre, menos que o Piauí", apelou a presidente da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha, em entrevista à TVT.
Goiânia
Em Goiânia, os professores municipais em greve também foram agredidos, durante uma assembleia da categoria, em frente ao Paço Municipal. A agressão começou quando os professores tentaram fazer uma caminhada nos corredores da prefeitura. A guarda civil reprimiu a manifestação com violência e gás de pimenta. Quinze pessoas ficaram feridas.
A paralisação no município completa 18 dias e tem como pauta de reivindicação melhores condições de trabalho, reajuste salarial de acordo com o piso da categoria e o pagamento retroativo à data-base de 2014.
Com informações da Rede Brasil Atual