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04/08/2015

Opinião - Um novo mercado comum

A realização em Lisboa, em junho, do primeiro fórum organizado pela União dos Exportadores da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) marcou o nascimento de um mercado comum que, apesar de todas as dificuldades que se apresentam para viabilizá-lo, surge como o terceiro maior bloco mundial a nível econômico, levando-se em conta o Produto Interno Bruto (PIB) de cada parceiro, a população e número de consumidores.  Basta ver que o bloco representa um PIB agregado superior a US$ 2,5 bilhões e mais de um milhão de empresas.

Além dos mercados internos, é de se levar em conta as diferentes regiões econômicas que estão associadas aos nove países-membros da CPLP (Brasil, Portugal, Moçambique, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Guiné Equatorial e Timor-Leste), num total de 86 nações, o que equivale a um universo superior a 260 milhões de consumidores para um mercado potencial de 1,8 bilhão de habitantes, o que se traduz em número impensável de negócios.

Esse mercado já existia em potencial, mas faltava um organismo que pudesse viabilizar, estimular e promover esse intercâmbio. E, ao que parece, esse será o papel da União dos Exportadores e da Confederação Empresarial da CPLP, que nasceram depois da primeira reunião de chefes de Estado realizada, em 2014, em Díli, capital do Timor-Leste. Em função desses esforços, acaba de ser constituída oficialmente a União de Bancos, Seguradoras e Instituições Financeiras da CPLP (UBSIF-CPLP), que representa um passo decisivo para a cooperação financeira entre as nações do bloco.

Entre os países-membros da CPLP, Brasil e Portugal estão num estágio mais avançado de desenvolvimento, enquanto os países africanos e o Timor-Leste, se estão em fase embrionária, apresentam muitos recursos naturais e oferecem igualmente muitas oportunidades. Seja como for, o fato de se poder usar o português como o idioma nos negócios representa uma economia significativa nos custos, o que estimula a competitividade dos produtos.

É de se ressaltar que o fórum realizado em Lisboa permitiu que mais de 1.500 homens de negócios ali reunidos pudessem conhecer a situação empresarial de cada país, suas carências, seu sistema financeiro e jurídico e outras peculiaridades. Além disso, conheceram também os instrumentos que a CPLP criou para ajudá-los a fazer negócios, como, por exemplo, a marca CPLP, que conta com o portal Connect CPLP. Desde então, a marca CPLP começa a servir como um selo de qualidade reconhecido a nível mundial para produtos dos países-membros.

Existe também o Observatório da CPLP, que exibe os projetos de cada Estado-membro e as licitações que serão abertas. Dessa maneira, o sonho de José Aparecido de Oliveira (1929-2007), idealizador e fundador da CPLP à época em que comandava a Embaixada do Brasil em Lisboa entre 1992 e 1994, começa a se tornar realidade.

 

 

* por Milton Lourenço, presidente da Fiorde Logística Internacional e diretor do Sindicato dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística do Estado de São Paulo (Sindicomis) e da Associação Nacional dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística (ACTC)

 

 

 

 

 

 

 

 

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