A agenda incluiu Curso de Negociações Coletivas de Trabalho, realizado em parceria com o sindicato, com o objetivo de ampliar a qualificação das lideranças
A FNE realizou sua reunião de diretoria, na quinta-feira (17), em Porto Alegre, como parte das atividades programadas para o 68º aniversário do SENGE. A agenda incluiu também, em parceria com o Sindicato, a realização do Curso de Negociações Coletivas de Trabalho - Realidade atual, estratégias e representação, com o objetivo de ampliar a qualificação das lideranças.
O evento contou com palestras de sindicalistas como João Guilherme Vargas Neto, consultor de diversas entidades sindicais, o ex-ministro Antônio Rogério Magri, e o advogado paranaense Iraci Borges.
As atividades da Federação em Porto Alegre incluíram também uma visita técnica ao Estádio Beira-Rio do Sport Club Internacional, onde conheceram o projeto do clube para sediar jogos da Copa do Mundo de 2014.
O 68º aniversário do Sindicato dos Engenheiros foi celebrado também com evento técnico que reuniu cerca de 120 profissionais em torno do tema “Licitações de Obras, Produtos e Serviços de Engenharia”.
O painel, conduzido pela jornalista Daniela Sallet contou com a participação dos engenheiros Miguel Palaoro e Cloraldino Severo, e do advogado Gladimir Chiele.
Na abertura dos trabalhos, o presidente do SENGE José Luiz Azambuja destacou que o objetivo do Sindicato ao propor a abordagem sobre licitações foi o de oferecer à categoria e à sociedade um debate de interesse recíproco, “na busca de processos licitatórios transparentes, que resultem em obras, produtos e serviços com qualidade, economicidade e prazos adequados”.
O engenheiro civil Miguel Jorge Palaoro foi o primeiro painelista da tarde. Com o tema “Autonomia e Independência Técnica - Qualidade x Preço x Prazo”, Palaoro salientou as questões que envolvem a corrupção nos processos e a preocupação com os prazos.
Para o engenheiro, que também é presidente do Conselho Técnico Consultivo do SENGE, o atraso na entrega de uma obra, também pode ser visto como um tipo de corrupção. Ele defendeu a importância de trabalhar sem sigilo, de forma aberta e transparente, o que possibilita a todos os interessados e aos próprios colegas exercer também uma forma de controle, o que diminuiria as imprudências e a vulnerabilidade dos profissionais envolvidos.
Miguel Palaoro acredita que é possível fazer um trabalho envolvendo toda a comunidade profissional e que já ficou para trás a época de tomar decisões individuais relacionadas às obras.
Na seqüência, o engenheiro Cloraldino Soares Severo, abordou “A Defesa do Interesse Público”. Auto-intitulado como provocador, o ex-ministro dos transportes propôs que todos pensassem sobre o desafio do engenheiro na retomada do desenvolvimento. Focando nas licitações, questionou se a administração pública vem seguindo os pontos principais determinados pela própria Constituição.
Defendeu que não é possível se omitir de tudo o que acontece e afirmou que os próximos cinco ou dez anos serão decisivos para confirmar, ou não, as expectativas que temos. Finalizou deixando a provocação “Que nós possamos dar continuidade a um esforço permanente de fiscalização da sociedade. Não tem outra solução, pois a corrupção é atacada onde a população se faz presente”, finalizou.
O advogado e consultor da FAMURS, Gladimir Chiele, último dos painelistas, tratou do tema “Responsabilidades Civis, Penais e Administrativas dos Profissionais”. Inicialmente fez uma comparação entre sua visão de advogado e os pontos-de-vista dos engenheiros, dando ênfase a questão de que na sua profissão os assuntos são analisados de forma mais interpretativa.
Concordando com Cloraldino Severo, disse que o combate à corrupção se determina com a facilidade de acesso à informação. Garantiu que hoje em dia ocorre uma fiscalização muito mais rígida e uma legislação maior, desde a reforma do Estado brasileiro.
O evento encerrou com a palestra do jornalista Lasier Martins que tratou sobre as perspectivas de crescimento do Rio Grande do Sul, os cenários políticos e os reflexos para as áreas de engenharia, arquitetura e agronomia.
Lasier destacou que vivemos um momento muito bom para os engenheiros, inédito em nosso país, porém, ressaltou a carência de profissionais com a qual ressente-se toda a cadeia produtiva.