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12/07/2010

Transporte é maior legado da Copa para a África do Sul

 

O setor de infraestrutura e transporte foi o que mais recebeu investimento governamental para a realização da Copa deste ano. Segundo o governo federal sul-africano, mais de 11,7 bilhões de rands (R$ 2,8 bilhões) foram aplicados em melhorias

        Joanesburgo - As melhorias no sistema de transporte são o legado mais evidente da Copa do Mundo de 2010 para a África do Sul. A reforma de estradas, a construção de aeroportos e a criação de uma rede de transporte coletivo prometem mudar a vida da população do país, que recebeu o primeiro Mundial realizado no Continente Africano.
       O setor de infraestrutura e transporte foi o que mais recebeu investimento governamental para a realização da Copa deste ano. Segundo o governo federal sul-africano, mais de 11,7 bilhões de rands (R$ 2,8 bilhões) foram aplicados em melhorias. Os resultados estão nas ruas.
       Em Joanesburgo, principal cidade-sede do Mundial, os habitantes já comentam as mudanças. Apesar de ainda sofrerem com os congestionamentos diários e a ineficiência do transporte público dominado por vans, eles comemoram a construção de obras para o torneio.
      “Vou gastar três vezes menos tempo até a minha casa”, disse Amelie Sadone, passageira do trem que liga o centro de Joanesburgo ao Aeroporto Internacional OR Tambo.
      Aberto ao público três dias antes do primeiro jogo da Copa, o trem percorre 35 quilômetros em 15 minutos. Promete também ser a forma mais confortável e moderna para os que chegam a Joanesburgo ou deixam a cidade pelo seu maior aeroporto.
        Para os que pretendem se locomover dentro da cidade, a criação de linhas de ônibus que circulam em faixas exclusivas de avenidas é a obra considerada mais benéfica. Os veículos chamados de Rea Vaya conectam bairros da periferia, como o Soweto, com os principais locais onde foram realizados jogos da Copa.
        Agora, depois do Mundial, serão os responsáveis por levar os moradores de regiões mais distantes ao centro de Joanesburgo e farão isso cobrando menos do que as vans. Uma viagem de Soweto até o centro pelo Rea Vaya custa 6 rands (R$ 1,40), enquanto a mesma viagem de van custa 7,50 rands (R$ 1,75).
       “O ônibus demora mais, mas é mais barato e confortável”, disse a jovem Nomthadazo Akin, uma das novas usuárias do sistema. “Com certeza, depois da Copa, continuarei usando o ônibus”.
        Sistemas semelhantes ao de Joanesburgo foram implementados também em Pretoria e Port Elizabeth. Na Cidade do Cabo, além de receber 300 novos ônibus, o sistema de transporte coletivo ganhou faixas exclusivas para circulação desses veículos.
       Já Durban ganhou novas estações de trem, enquanto Polokwane, Bloemfontein e Rustenburg tiveram terminais de ônibus e vans reformados para a Copa.
        O professor universitário e coautor de um livro sobre a Copa do Mundo da África do Sul, Udesh Pillay, confirma as melhorias. Apesar de considerar que o Mundial, de forma geral, contribui pouco para o país que o sedia, ele diz que a infraestrutura de transporte é exceção à regra.
       “As estradas, o sistema de transporte público, os aeroportos, isso melhorou muito”, disse ele. “A Copa fez com que obras que deveriam ser feitas há muito tempo fossem iniciadas e concluídas.”

 

Vinicius Konchinski, Juliana Andrade, Agência Brasil
www.fne.org.br

 

 

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