A transição para uma economia mais verde poderia gerar entre 15 e 60 milhões de novos empregos em nível mundial nas próximas duas décadas e tirar dezenas de milhões de trabalhadores da pobreza. É o que aponta relatório produzido pela Iniciativa Empregos Verdes, “Rumo ao Desenvolvimento Sustentável: oportunidade de trabalho decente e inclusão social em uma economia verde.”
Segundo o diretor geral da OIT, Juan Somavia, o atual modelo de desenvolvimento tem se mostrado ineficiente e insustentável, não só para o ambiente, mas também para as economias e sociedades. "Precisamos urgentemente seguir por um caminho de desenvolvimento sustentável, com um conjunto coerente de políticas em que as pessoas e o planeta desempenhem um papel central".
Para ele, a Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, que começa no próximo dia 13 e vai até 22 de junho, na cidade do Rio de Janeiro, será um momento decisivo para garantir que o trabalho decente e a inclusão social sejam partes integrantes de qualquer estratégia de desenvolvimento futuro.
O estudo analisa o impacto que a “ecologização” da economia pode ter sobre o emprego, a renda e desenvolvimento sustentável em geral. Pelo menos metade da força de trabalho mundial - o equivalente a 1,5 bilhão de pessoas - será afetada pela transição para uma economia verde. Embora as mudanças devam ser sentidas por toda a economia, oito setores-chave deverão desempenhar um papel central e ser os mais afetados: agricultura, silvicultura, pesca, energia, indústria manufatureira, reciclagem, construção e transporte.
Dezenas de milhões de empregos já foram criados por esta transformação. Por exemplo, o setor de energia renovável já emprega cerca de 5 milhões de trabalhadores, mais do que o dobro do número de empregos entre 2006 e 2010. A eficiência energética é outra importante fonte de empregos verdes, particularmente na indústria da construção, o setor mais afetado pela crise econômica.
Nos Estados Unidos, três milhões de pessoas têm empregos relacionados com produtos e serviços ambientais. Na Espanha, existem atualmente mais de meio milhão de empregos neste setor.
É possível obter ganhos líquidos na taxa de emprego entre 0,5 e 2 por cento do emprego total. Nas economias emergentes e países em desenvolvimento, os ganhos tendem a ser mais elevados do que nos países industrializados, porque os primeiros podem passar diretamente para a tecnologia verde em vez de substituir a infraestrutura obsoleta. O Brasil já criou cerca de três milhões de empregos, respondendo por cerca de 7% do emprego formal.
Imprensa – SEESP
* Com informações da OIT Brasil
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