Agro deve investir em tecnologia, não em veneno Mudanças previstas no Projeto de Lei 6.299/2002, aprovado na Câmara, trazem riscos ao consumidor, ao trabalhador do campo, ao meio ambiente e aos resultados do agronegócio brasileiro. Senado precisa rever a matéria. O setor agropecuário brasileiro, responsável por cerca de 27% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, tem importância estratégica na economia, especialmente neste momento de crise profunda, e na balança comercial. Fator importante para a pujança do setor são certamente os avanços tecnológicos que garantem produtividade e, consequentemente, competitividade, esforço que tem na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) – sempre é bom lembrar – referência fundamental. Por isso mesmo, causa preocupação a aprovação, na quarta-feira (9/2), do Projeto de Lei 6.299/2002 pela Câmara dos Deputados, resultado do empenho da bancada ruralista da Casa. Apelidada de “PL do veneno”, a matéria facilita ainda mais o uso de agrotóxicos no Brasil, o que já é feito em larga escala, ultrapassando-se as 500 mil toneladas por ano. Entre as mudanças propostas, estão transferência do poder decisório de aprovação de novas substâncias ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, reduzindo o papel dos órgãos ambientais e da Agência Nacional…