Nesta quadra conturbada que vivemos três preocupações grandes devem ser as do dirigente sindical consciente.
A primeira delas é a de resistir à perda de direitos, de empregos e de salários. Pode parecer tarefa impossível, dada a violência da crise em alguns setores, mas a experiência acumulada da luta sempre descobre aquele “algo” que pode ser feito para, no mínimo, diminuir as perdas e garantir vitórias ainda que parciais.
A segunda preocupação, já que a fase é de resistência, é a de se aproximar da base real de sustentação do sindicato, ou seja, dos trabalhadores e das trabalhadoras nas empresas, mesmo os que não são ainda sindicalizados.
A imprensa sindical deve refletir esta preocupação, dando voz à opinião corrente nos locais de trabalho e dialogando com os representados.
O trabalho sindical de aproximação com as bases pode ser, uma vez hierarquizado o conjunto pretendido, uma campanha de sindicalização, uma campanha salarial bem conduzida (sem exageros e sem capitulação) ou uma série de atos e manifestações nas empresas ou com os trabalhadores nas sedes.
A terceira preocupação é a de garantir a unidade de ação em torno do sindicato, de suas direções, de seus ativistas, de seus serviços, de sua imprensa, em suma, de sua estratégia.
Nada é mais pernicioso na atualidade que a divisão, sobretudo se ela for uma divisão artificial ou politiqueira.
A busca da unidade pressupõe ideias claras e vontade decidida, ou como já havia dito Bolívar: “pulso firme e tato delicado”.
Resistência, representatividade e unidade de ação são as três grandes metas dos sindicatos para enfrentar e superar a crise e retomar o desenvolvimento.
* João Guilherme Vargas Netto é consultor sindical