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09/09/2015

Portos mais ágeis podem aumentar exportações brasileiras

Uma pesquisa desenvolvida pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEARP) da USP aponta que a redução do tempo dos procedimentos portuários pode aumentar em até 5,14% as exportações brasileiras. De acordo com o estudo, a redução do tempo pode representar ao exportador uma diminuição de custos, fazendo com que o produto chegue ao mercado de destino com maior qualidade e a um custo final menor. O estudo foi desenvolvido por Vinícios Poloni Sant’ Anna, em pesquisa de mestrado sob a orientação do professor Sérgio Kannebley Júnior.

O trabalho usou como base os dados de 16 portos brasileiros, no período de 2010 a 2012, e concluiu que uma redução de 10% no tempo de estadia total do navio nos portos pode aumentar as exportações municipais relativas em torno de 5%. Nesse sentido, cada hora adicional de atraso no procedimento portuário como um todo representa uma redução de 2% nas exportações.

Analisando-se a importância relativa de cada uma das etapas do procedimento, o estudo aponta também que uma redução de 10% no tempo de espera para atracação aumentaria as exportações em cerca de 1%. Uma redução equivalente, mas no tempo de inoperância (tempo de espera para atracar e de espera para início da operação de embarque/desembarque) ou no tempo de desatracação do navio, aumentaria as exportações municipais relativas em torno de 3,5%. O tempo no porto também pode afetar a variedade de produtos que um determinado município pode exportar.

De acordo com os resultados da pesquisa, uma redução de 10% no tempo de estadia relativo do navio no porto pode aumentar o número de categorias de produtos exportados em 1%. “Esse resultado, embora mais modesto, é estatisticamente significativo e permite concluir que o tempo despendido no porto também é importante na determinação da variedade de setores que participam do comércio internacional”, afirma Sant’ Anna.

Estadia nos portos
A pesquisa Infraestrutura portuária no Brasil: Uma análise do impacto do tempo dos procedimentos portuários sobre as exportações brasileiras foi desenvolvida por Sant’Anna no Programa de Pós-Graduação em Economia, área de Economia Aplicada, da FEARP, sob a orientação do professor Sérgio Kannebley Júnior. O estudo mostra que, em média, os portos brasileiros apresentam um tempo de estadia de 28 horas e 12 minutos. Desse total, 15 horas e 42 minutos são gastos, em média, com o navio atracado e o restante são perdidos em esperas.

Enquanto existem portos cujo tempo de inoperância é igual a zero, ou seja, não existem esperas, outros portos chegam a apresentar até 60 horas e 12 minutos com o navio parado no porto sem realizar qualquer operação. Com relação ao tempo de operação, os resultados também variam bastante entre os portos. Enquanto o porto mais ágil gasta 4 horas e 24 minutos para realizar as operações, o porto mais lento demora cerca de 44 horas para realizar a mesma etapa do procedimento.

De acordo com a pesquisa, os portos mais eficientes são os do Rio de Janeiro (RJ), Belém (PA) e Vila do Conde (PA), nos quais o tempo de inoperância não atinge 10% do tempo total dos procedimentos. Por outro lado, dos 16 portos da amostra, 11 deles apresentaram tempo de inoperância superior a 40% do tempo total. Desses, os portos de Fortaleza (CE), Vitória (ES), Itaguaí (RJ), Santos (SP), Rio Grande (RS), Paranaguá (PR), Salvador (BA) e São Francisco do Sul (SC) apresentaram valores percentuais superiores a 50%. Em outras palavras, nesses portos, na maior parte do procedimento portuário de embarque/desembarque, o navio está inoperante.

“Esses resultados indicam a presença de um gargalo no escoamento da produção brasileira para o mercado internacional”, afirma o pesquisador. Ainda segundo ele, por conta do crescimento dos fluxos comerciais brasileiros ocorridos na última década, essas limitações tornam-se ainda mais evidentes e apontam para a necessidade de investimentos que ampliem a capacidade portuária, reduzindo as ineficiências que geram as elevadas porcentagens do tempo de inoperância nos portos brasileiros.

 

 

Imprensa SEESP
Fonte: Assessoria de Comunicação da FEARP

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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