Um projeto inovador desenvolvido na Unidade de Negócio do Médio Tietê da Sabesp de Botucatu desde o final do ano passado venceu o 8º Prêmio Ozires Silva de Empreendedorismo Ambiental e Sustentável. O projeto transforma lodo de esgoto em adubo orgânico. O sistema de secagem e compostagem colabora para reduzir os impactos ao meio ambiente. O processo diminui a emissão de gases do efeito estufa, a utilização de aterros sanitários e os gastos para o descarte dos resíduos.
A Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp (FCA) de Botucatu acompanha de perto a transformação do lodo em adubo com o objetivo de estudar o processo. Segundo o professor do Departamento de Solo e Recursos Ambientais, Roberto Lyra Villas Boas, a parceria proporciona o entendimento, análise e uso do lodo.
“A Unesp tem o objetivo de estudar todo esse processo. Entender, desde a geração, quantidade gerada e todo o processo de transformação desse material em adubo orgânico de interesse na área agrícola. Nós temos paralelo a esse projeto um outro financiado pelo órgão da Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo (Fapesp), que tem o objetivo de estudar isso para várias finalidades. Um para uso agrícola, outro para a produção de substrato e também a parte econômica, quanto custa a geração desse material? O uso dele. Tudo isso faz parte de pesquisa da universidade.”
Lyra ressalta que no campo de estudo é importante observar os benefícios que essa transformação vai trazer para a cidade. “Todo esse material é transformado em adubo orgânico ao invés de ir para o aterro sanitário. Isso também é objeto de pesquisa.”
A responsável técnica e gerente de controle sanitário da Sabesp, Ana Lúcia Silva, lembra que o professor Lyra foi a primeira pessoa a propor fazer compostagem com lodo para uso na agricultura. “Na época não tinha esse equipamento. Ele fazia a compostagem tradicional. Fez vários testes aqui. Ele acha que tem muita coisa para trabalhar nesse processo voltado à agricultura.”
Ela explica que anteriormente a Unesp fez uso do lodo de esgoto com o plantio de árvores na cidade de Botucatu. “Eles acordaram com a prefeitura e plantaram árvores em um determinado local da cidade. Algumas plantas receberam o lodo e outras não. Tiveram ótimos resultados. As árvores que receberam o lodo cresceram mais do que aquelas que receberam adubo normal. A Unesp tem esse papel, pesquisar.”
A universidade está avaliando quais os possíveis usos do lodo de esgoto. “Na forma como está e recebendo outros produtos. Nele é possível agregar outros produtos. Por exemplo, se um laranjal precisar de mais magnésio, nós podemos agregar ao lodo para fazer o adubo.” Segundo ela, o lodo de esgoto contém todos os micros nutrientes que podem ser colocados em um adubo artificial. “Pouca gente sabe que no esgoto é possível encontrar sais de ouro. Isso é para chamar atenção. Na verdade o lodo de esgoto tem todos os micros nutrientes necessários para o desenvolvimento de uma planta.”
Imprensa SEESP
Fonte: Agência Unesp de Notícias/Rita de Cássia Cornélio/Jornal da Cidade/Bauru