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24/05/2016

Energia de resíduos sólidos

O engenheiro ambiental e aluno do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE-USP), Clauber Barão Leite, em uma parceria com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), dentro do Programa Novos Talentos, está trabalhando em um projeto de avaliação comparativa de duas tecnologias de tratamento (digestão anaeróbia e incineração) de resíduos sólidos com aproveitamento energético. A escolha do pesquisador pelo tema para a sua dissertação de mestrado foi motivada por duas questões socioeconômicas que estão na ordem do dia: a crescente demanda pela geração de energia elétrica e o aumento da quantidade de resíduos sólidos, e a intenção de buscar uma solução conjunta.

Uma das disposições da Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída pelo Governo Federal em 2010, é a observação da seguinte ordem de prioridade na gestão e no gerenciamento de resíduos sólidos: não geração; redução; reutilização; reciclagem; tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, aqui definidos como todos os resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as chances de tratamento e de recuperação por processos tecnológicos economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade além da destinação final.

“Os resíduos sólidos têm uma componente energética importante: no meu estudo, a intenção é avaliar o seu aproveitamento, levantando informações sobre o potencial de geração de energia, e as tecnologias existentes”, explica Leite. Analisando a composição dos resíduos no Brasil, continua ele, a média é de 50% de material orgânico, 25% a 30% de resíduos passíveis de reciclagem e o restante (20% a 25%) do rejeito propriamente dito: “Somente os rejeitos deveriam ser destinados aos aterros; tudo o que é passível de aproveitamento, tanto orgânicos como recicláveis, deveria passar por um tratamento antes da destinação final, mas isso ainda não acontece."

A digestão anaeróbia e a incineração são os processos mais utilizados para o tratamento dos resíduos sólidos na Europa e nos Estados Unidos e foram as escolhidas pelo pesquisador para o estudo. “Meu trabalho segue uma linha de comparação, mas de adaptar o cenário para a realidade brasileira porque existem diferenças – não basta transferir uma tecnologia bem-sucedida no exterior para o Brasil, pois existem diferenças nos tipos de resíduos e nos hábitos da população, e tudo isso provoca impactos na operação e nos custos”, ressalta ele. Embora ainda não estejam presentes no Brasil em larga escala, o pesquisador optou pelas duas tecnologias por conta da rentabilidade econômica, enfatizando que processos como o plasma térmico e a gaseificação estão ainda em um patamar científico ou não têm viabilidade comercial.

 

 

Fonte: IPT

 

 

 

 

 

 

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