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24/05/2016

Opinião - Unir sempre, dividir jamais

Todos aqueles que pensaram no afastamento da presidente Dilma como uma forma de pacificar o País e estabilizar a situação política, restaurando-se a moralidade pública, erraram feio.

Mesmo sendo muito difícil que o Senado reverta o afastamento de Dilma, o governo de transição tem se revelado como um conjunto de homens ditos experientes obrigados a executar aos olhos de todos, uma série de ações, recuos, passos em falso e trapalhadas de principiantes na condução política. Muita avidez, pouco siso. Continuamos em plena crise, com o País dividido, apreensivo e sofrendo com a recessão, que passa a ser enfrentada, pela nova equipe econômica de maneira exclusivamente rentista, antipopular e antiestatal.

Uma coisa fica clara a cada dia que passa e é que o compromisso fundamental da transição – pelo menos no que diz respeito aos temas sindicais – consiste em procurar aplicar um tríplice programa regressivo (sem mencionar outros temas, como a terceirização):
- idade mínima de 65 anos para aposentadoria, de homens e mulheres, com a unificação das regras para todos os setores e atropelando direitos;
- o negociado prevalente sobre o legislado, sem garantias;
- desvinculação dos benefícios sociais do valor do salário mínimo que pode perder sua política de valorização.

Estas três orientações necessitam de uma reforma constitucional (diferentemente da terceirização, por exemplo, cujo projeto foi aprovado na Câmara sob o comando de Eduardo Cunha e com o voto contrário do atual ministro do Trabalho e que está parado no Senado) e confrontam-se com as posições afirmadas das direções sindicais e passam a exigir com maior vigor sua unidade de ação e de resistência.

Que esta unidade é necessária, não resta dúvida. Que esta unidade é possível, depende do bom senso e da experiência das direções, cujo compromisso de classe deve ser afirmado muito mais em respeito às bases dos trabalhadores e menos em relação às eventuais manobras de cúpula.
Há no movimento sindical e no movimento social uma determinação de luta. Isto pode ser demonstrado em São Paulo pelo empenho mobilizatório nos trabalhadores da construção civil, nos metroviários, nos ferroviários, nos motoristas de ônibus, nos professores universitários e mesmo nos alunos de cursos secundários e profissionalizantes.

Se o clima é de apreensão na sociedade e de barata-voa na equipe de transição, para o movimento sindical continua a valer o ensinamento de décadas: unir sempre, dividir jamais.

 

 

* João Guilherme Vargas Netto é consultor sindical 

 

 

 

 

 

 

 

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Comentários  
# Então deveríamos passar a mão na cabeça e continuar aceitando o roubo descarado ?mauricio ms 28-05-2016 10:59
Quem erra feio é quem acha que o afastamento da Dilma é pessoal ou partidário, grande parte da população não aguenta mais este pensamento estúpido de uns trabalham para outros desfrutarem. Precisamos de um pais sério e quem erra deve se desculpar e pagar pelos seus erros. Vimos nestes últimos 18 meses um país destruído pela ganância pelo poder e pelo absurdo instaurado nos governos ditos social democráticos. Sinceramente o que o brasil precisa é ser passado a limpo, sem atitudes absurdas, dentro da lei, e obedecer tudo que dela provem. Falta o pedido formal de desculpas da Dilma pelas atrocidades que cometeu, pelas mentiras e por tudo que ainda teremos que pagar pelos absurdos cometidos. E outros que façam parte, quer seja do PMDB ou de qualquer outro P , paguem o que fizeram com o Brasil.Tudo, até o momento esta correndo como deveria e desta maneira poderemos ter um pais sério, compromissado e principalmente HONESTO.
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# EngenheiroRubens 27-05-2016 12:07
O que o movimento sindical está fazendo para resolver de uma vez por todas o problema do desemprego? Eu estou desempregado há um ano e tenho uma família para prover. Dilma jamais trará saudades para mim nem para os projetados 14 milhões de desempregados em dezembro de 2016.
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