O Brasil tem um sindicalismo ainda muito forte. Aqui, nossa média de sindicalização oscila entre 15 e 18%. Nos Estados Unidos, por exemplo, é de 5%. A observação é do consultor sindical João Guilherme Vargas Netto, em preleção durante encontro no dia 10 de janeiro último, do Fórum Sindical dos Trabalhadores (FST), na sede dos Metalúrgicos de São Paulo.
Porém, o experimentado consultor alerta: “O governo se aproveita da recessão e do desemprego para tentar isolar o movimento sindical da sociedade.” Ele lembra que nosso sindicalismo, além das tarefas cotidianas junto às categorias, sempre foi uma força ativa e articulada. Mas ressalva: “Querem nos impor o padrão norte-americano, onde o sindicalismo foi primeiro isolado e depois perdeu expressão política.”
Essa decadência ficou patente na recente eleição dos EUA, onde a direção da AFL-CIO, alinhada aos Democratas, pediu voto para Hillary, mas viu boa parte da massa trabalhadora votar em Trump. “O objetivo é nos tirar do jogo em 2018”, ressalta.
Tarefas
Segundo Vargas Netto, há quatro bandeiras e tarefas, hoje, para o movimento sindical brasileiro: resistência às agressões a direitos; defesa da pauta desenvolvimentista; participação efetiva nas campanhas salariais e negociações coletivas; assistência aos trabalhadores e atendimento às demandas das categorias.
Comunicação
O consultor também recomenda apuro na comunicação com a base. Devemos, segundo ele, levar informações reais sobre as pretendidas reformas da Previdência e Trabalhista, apontando as ameaças aos trabalhadores. Ele lembrou que as entidades praticamente ignoraram o congelamento do salário mínimo - “é preciso lembrar que o governo interrompeu a curva de recuperação que vigorou por 13 anos” - e que devem, por exemplo, dar suporte aos que forem resgatar saldo de contas inativas do FGTS.
Comunicação SEESP
Notícia reproduzida do boletim da Agência Sindical