A Frente Parlamentar em Prol do Transporte Metroferroviário (FTRAM), em reunião realizada no dia 2 de fevereiro último, discutiu temas prioritários de atuação, constituiu grupos de trabalho e aprovou seu regimento interno. A frente foi criada em setembro do ano passado e conta com a participação de representantes de diversas entidades do setor, que apresentaram suas demandas e perspectivas de trabalho.
Entre as tarefas a serem desenvolvidas pela Frente, destacou-se a defesa da adoção de uma política de transporte para o Estado de São Paulo que priorize transportes sustentáveis, como a ferrovia e a hidrovia.
Assunto que mereceu a atenção dos participantes da reunião foi a prorrogação antecipada de contratos de ferrovias prevista na Medida Provisória 752/2016, do governo federal. Entre as atuais concessões de ferrovias que poderiam se enquadrar na prorrogação dos contratos e ganhar mais 30 anos de operação está a da malha paulista da Rumo, empresa que se fundiu com a América Latina Logística (ALL) e cujo atual compromisso vence em 2028.
Esse tema recebeu severas críticas do presidente da Frente Nacional pela Volta das Ferrovias (FerroFrente), José Manoel Ferreira Gonçalves. O também fundador do Movimento Tarifa Justa, que se coloca na defesa dos usuários do sistema de transporte público de trens, ônibus e metrô, afirmou que as concessões não podem continuar alimentando caixas partidários, tampouco beneficiando empresas concessionárias. Segundo ele, "São Paulo cresceu sobre trilhos, mas tudo isso foi jogado fora".
Além de representantes de empresas de logísticas e revistas especializadas, contribuíram com a discussão das diretrizes que regerão o trabalho da frente representantes da International Association of Public Transport (UITP), assim como do Instituto Idestra, Organização da Sociedade Civil de Interesse Público filiada à Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), representado por Elcio Pasqualucci. Emiliano Stanislau Affonso Neto, da UITP, sugeriu o foco em poucas ações, que sejam efetivas, bem como o debate sobre a implementação de trens regionais no Estado para o transporte de passageiros.
Além da política estadual de transporte que incorpore o modo ferroviário, pelo regimento aprovado, a frente deverá identificar os gargalos que contribuem para a morosidade dos processos licitatórios e a paralisação de obras, de forma a promover maior eficiência e segurança jurídica.
Comunicação SEESP
Informações da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo