A Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) chega ao seu 53º aniversário, neste sábado (25 de fevereiro), com um desafio que diz respeito não apenas às bases sindicais da engenharia, mas ao futuro do País. Um “Perfil ocupacional dos profissionais da engenharia no Brasil”, elaborado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) a pedido da FNE, em 2015, já comprovava a indiscutível relação entre o aquecimento da atividade econômica e as oportunidades para os engenheiros.
Esse trabalho observava os reflexos de uma década de investimentos públicos e privados, após 25 anos de estagnação, na contratação da engenharia, permitindo constatar que a busca da valorização profissional exigiu lutar também pelo incremento da infraestrutura nacional, da oferta de crédito e de políticas de distribuição de renda, para o País prosperar.
Para a FNE, a década foi marcada pelos desdobramentos do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, lançado em 2006, também em um ano difícil, e que foi sendo atualizado ano a ano, com uma plataforma de propostas e desafios para um desenvolvimento nacional sustentável. Outra importante iniciativa nos últimos anos foi a construção e atualização permanente do programa Brasil Inteligente, da CNTU, que propõe a mobilização da sociedade para enfrentar e superar os gargalos do desenvolvimento nacional para a efetiva independência do Brasil, a ser celebrada em seu bicentenário, em 2022. Também é preciso enfatizar a consolidação do Núcleo Jovem Engenheiro, que aproxima estudantes e recém-formados da vida sindical e desafios profissionais.
O ano de 2017 teve início com a mobilização da “Engenharia Unida” diante de um quadro de grande retração da economia e dos investimentos públicos, cortes nas políticas sociais e da perda de direitos dos trabalhadores, através da reforma da previdência e outros retrocessos que têm marcado a pauta de votações no Congresso Nacional. Diante desse quadro, a engenharia se mobiliza para reafirmar seu protagonismo nos processos nacionais de saídas para a crise, fazendo ver aos governantes, parlamentares e líderes empresariais que a solução está no desenvolvimento, na produção e no apoio à inovação e à produtividade, e não na retirada de direitos.
Lançado em março do ano passado pela FNE e constante do programa de trabalho da gestão 2016-2019, o movimento "Engenharia Unida" já tem mobilizado as bases sindicais e também conselhos profissionais, entes e órgãos públicos, associações, centros de pesquisa e ensino, empresas, além dos profissionais em todos os segmentos de atuação para que os engenheiros se façam presentes e sejam ouvidos no debate público e nas questões prioritárias da sociedade brasileira.
Uma grande mobilização tem se dado na defesa das empresas nacionais nos processos de contratação na área do petróleo, ao lado das demais lutas travadas no Congresso Nacional em conjunto com a Frente Parlamentar Mista da Engenharia, Infraestrutura e Desenvolvimento Nacional.
O saldo mais importante dos 53 anos de construção da FNE é a possibilidade de celebrar, em 2017, a efetiva mobilização da "Engenharia Unida" pela defesa dos direitos e oportunidades profissionais, mas também o papel que a categoria vem assumindo em defesa dos interesses do Brasil. Para o presidente da FNE, Murilo Pinheiro, é preciso participar, com o conhecimento e a inteligência dos profissionais das áreas de tecnologia para as soluções e superação deste delicado momento de crises política e econômica enfrentadas no País.
Comunicação SEESP
Reprodução de texto de Rita Freire – Portal FNE