Relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) - Tendências Globais divulgado hoje (19/6) revela que em 2016 cerca de 65,6 milhões de pessoas foram forçadas a se deslocar em todo o mundo. O número é o maior já registrado. As informações mostram que os dados superam os números registrados em 2015, com aumento de mais de 300 mil pessoas.
Foto: Unocha
Mulher prepara refeição em área improvisada ao ar livre do campo de Bab Al Salame, destinado a deslocados internos, perto da fronteira com a Turquia na província de Aleppo, Síria.
De acordo com o relatório, do total, 10,3 milhões de pessoas são novas e cerca de dois terços (6,9 milhões) delas se deslocaram dentro de seus próprios países. As crianças representam a metade do número total dos refugiados de todo o mundo. Conflitos políticos, guerras e perseguições são as principais causas.
Segundo os dados divulgados, também aumentou o número de refugiados, alcançando a marca de 22,5 milhões de pessoas. Desse total, 17,2 milhões estão sob a responsabilidade do Acnur, e o restante é formado por palestinos. O conflito na Síria mantém o país como o local de origem do maior número de refugiados (5,5 milhões).
Se não for levada em conta a situação de refugiados palestinos, conforme o Acnur, os afegãos continuam sendo a segunda maior população de refugiados (4,7 milhões) no mundo, seguidos pelos iraquianos (4,2 milhões).
O Sudão do Sul também aparece em destaque nos números de 2016, onde “a desastrosa ruptura dos esforços de paz contribuiu para o êxodo de 739,9 mil pessoas entre julho e dezembro. No total, já são 1,87 milhão de refugiados originários do Sudão do Sul”.
No fim do ano passado, a organização registrou que 40,3 milhões de pessoas foram forçadas a se deslocar dentro de seus próprios países. A Síria, o Iraque e “o ainda expressivo deslocamento dentro da Colômbia foram as situações de maior movimento interno. Esse tipo representa quase dois terços dos deslocamentos forçados em todo o mundo”, acrescenta a organização.
O relatório diz ainda que, em 2016, 2,8 milhões de pessoas pediram formalmente refúgio em outros países. Para o Acnur, os números indicam a necessidade de consolidar mecanismos de proteção para essas pessoas e de suporte para países e comunidades que apoiam refugiados e outras pessoas deslocadas.
“O retorno de refugiados e deslocados internos para as suas casas, em conjunto com outras soluções como reassentamento em outros países, significou melhores condições de vida para muitas pessoas no ano passado. No total, cerca de 37 países aceitaram 189.300 refugiados para reassentamento. Cerca de meio milhão de refugiados tiveram a oportunidade de voltar para seus países, e aproximadamente 6,5 milhões de deslocados internos regressaram para suas regiões de origem – embora muitos deles em circunstâncias abaixo do ideal e com um futuro incerto”, afirma a organização.
Fonte: Agência Brasil
(publicado por Deborah Moreira)