logo seesp ap 22

 

BannerAssocie se

×

Atenção

JUser: :_load: Não foi possível carregar usuário com ID: 69

17/07/2017

Engajar juventude à luta sindical e por valorização profissional

“Uma estratégia de pensar o futuro e valorizar a profissão.” Assim a engenheira ambiental e sanitarista Marcellie Dessimoni define a importância do Núcleo Jovem Engenheiro da FNE, o qual coordena. A iniciativa lançada em 2015 tem a proposta de garantir, junto aos 18 sindicatos estaduais filiados à federação, espaço qualificado para aproximar recém-formados e estudantes da luta sindical da categoria e do debate sobre a retomada do crescimento rumo ao desenvolvimento sustentável do País.

Durante a 74ª Semana Oficial de Engenharia e Agronomia, em Belém (PA), que acontece em agosto, realizará reunião com estudantes e recém-formados de todo o Brasil para organizar o primeiro Encontro Nacional de Jovens Engenheiros da FNE. Até o momento, 13 Senges implantaram, estão iniciando seus núcleos ou já os incluíram em seus planos de ação (confira abaixo). “A federação tem dado as diretrizes, mas cada estado tem suas especificidades,” explica Dessimoni.

Entre os objetivos, segundo ela, está levar aos jovens informações sobre a importância e responsabilidades da engenharia para a sociedade e o profissional. “Tenho visto em alguns estados ações relevantes de envolvimento de estudantes e recém-formados. Há também um intercâmbio geracional, com profissionais experientes interagindo com a juventude na realização de projetos que tragam melhoria à qualidade de vida”, conta. A coordenadora na FNE – que também está à frente do Núcleo Jovem Engenheiro do Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo (Seesp) – exemplifica: “Em alguns estados como Acre e Goiás tem havido atuação direta junto às universidades, com jornadas esportivas, eventos científicos em que são apresentados trabalhos, artigos, projetos. Isso estimula os alunos da área tecnológica a proporem soluções aos desafios enfrentados pela sociedade. No Ceará também se começou a trabalhar com esse viés. No Amazonas, ainda, tem sido feito um trabalho importante com parcerias.” Em São Paulo, de acordo com ela, a opção foi por “ir a campo, fazer com que a juventude conheça a área urbana, a realidade e seus desafios”. Assim nasceu o “Cresce Brasil – Itaim Paulista” – fruto de visitas ao bairro no extremo leste da capital do estado e da interação com a situação vivida pela população local, que sofre há décadas com enchentes durante as chuvas de verão. Inserida no projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento” – lançado pela FNE em 2006 e atualizado desde então –, a iniciativa deu origem a uma publicação lançada em agosto do ano passado. Como continuidade, terá início em agosto um ciclo educativo de sustentabilidade ambiental em um estabelecimento de ensino da região atingida por alagamentos. “Vamos fazer oficinas, trazer parceiros com o intuito de fazer com que aquela escola se torne um modelo de sustentabilidade. A última atividade será uma feira no primeiro semestre de 2018”, salienta. Em outros estados, segundo Dessimoni, os núcleos jovens vêm realizando, em parceria com universidades, visitas técnicas. É o caso do Acre, à Fundação de Tecnologia do Estado (Funtac), ao Instituto de Mudanças Climáticas local, bem como às usinas hidrelétricas de Santo Antônio-Porto Velho (RO) e solar fotovoltaica de Cobija, na Bolívia.

Na sua concepção, essa é a “ponta do iceberg da ‘Engenharia Unida’” – referência ao movimento lançado pela FNE que chama a articulação da área tecnológica ao enfrentamento da crise atual no País. Para ela, “não há como pensar nisso sem contemplar a universidade, atualizar e informar seus estudantes sobre esse grande projeto da federação. É uma contribuição importante do núcleo”.

Ademais, em todos os estados, têm sido organizadas palestras e eventos em instituições de ensino sobre o que é o sindicato dos engenheiros, qual a sua importância e ações. “A proposta é desmistificar ideias equivocadas e generalizações sobre as organizações dos trabalhadores. Tenho percebido que essa consciência está se tornando algo mais palpável. Os estudantes conseguem compreen­der. Antes, enxergavam como algo muito distante de sua realidade. Quando o sindicato mostra a cara, os trabalhos e debates em que está envolvido, inclusive à valorização da profissão, eles mudam a visão”, constata a coordenadora junto à FNE. Ela aproveita para destacar: há uma preocupação em demonstrar aos jovens que desde o piso salarial até o 13º e as férias são conquistas que levaram “tempo, suor, lágrimas e sangue”. “A juventude precisa ser lembrada disso. E para garantir que o resultado dessas lutas intensas não se perca, precisa continuar e se mobilizar, já que hoje, com propostas de reformas, como a trabalhista, essas conquistas estão ameaçadas. Se permitirmos, voltaremos a viver basicamente como as gerações passadas, sem nenhuma condição que nos assegure e a nossos direitos enquanto trabalhadores”, alerta.

Aproximação e formação
Para o engenheiro químico Noé Rafael da Silva, coordenador do Núcleo Jovem Engenheiro de Mato Grosso, em implantação, essa aproximação é fundamental. “É nessa fase que os estudantes vão conhecer a política sindical, bem como participar do planejamento das políticas públicas nos diversos órgãos do estado.” Ele revela a primeira ação a ser conduzida logo após o lançamento em Cuiabá: fazer uma palestra no centro acadêmico da universidade federal para explicar os objetivos do núcleo. No Ceará, como detalha o coordenador do núcleo, o estudante de Engenharia Civil na Faculdade Faria de Brito Kayubi Mota de Souza, a metodologia para aproximar o sindicato local dos alunos tem sido participar de semanas de engenharia e apoiar pesquisas científicas.

Para o engenheiro eletricista Diego MizetteOliz, diretor de negociações coletivas do Senge-RS, responsável por organizar a implantação do núcleo junto ao sindicato gaúcho, é preciso pensar na renovação, na inserção da inovação junto à experiência. Saulo Pereira de Souza, coordenador desse espaço no Amazonas, aponta como principal iniciativa nessa direção “o trabalho de formação de novas lideranças na engenharia, através de um curso com ementa elaborada por engenheiros sêniores e recém-formados”. Além disso, destaca a extensa programação de oficinas, workshops, cursos, além da participação em semanas de engenharia.

No Acre, entre as próximas ações, está prevista a criação de programa de aulas de reforço nas áreas de exatas, em parceria com a Prefeitura Municipal de Rio Branco, na busca por solucionar o grave problema de evasão no primeiro ano de graduação em engenharia. Também estão programados minicursos, palestras, novas visitas técnicas, além de contribuições ao desenvolvimento de semanas acadêmicas e incentivo à pesquisa via iniciações científicas. Um programa de estágio profissionalizante aos formandos também está entre as pretensões do Núcleo Jovem Engenheiro do Acre. “Esse trabalho tem extrema importância, pois existe a necessidade de renovação das lutas sindicais e dos engenheiros. Temos ciência que o novo se cria com a intersecção da sabedoria alcançada pelos fundadores e lutadores que estão até hoje contribuindo com a iniciativa e a proatividade dos novos que estão entrando. É necessário que o engenheiro tenha em mente que existe um sindicato que o defende e que é obrigação dele fazer parte e lutar. Com o apoio da FNE, o Senge-AC tem trabalhado para que os nossos direitos não sejam extintos e que novos sejam conquistados. Como atual coordenadora do núcleo e participante desse movimento desde sua criação, posso dizer que aprendi e aprendo a cada dia e anseio novas participações em todo movimento que for em prol da categoria”, enfatiza a estudante de Engenharia Elétrica na Universidade Federal do Acre (UFC) Taynara Bastos, à frente do trabalho junto à juventude no estado.

No Maranhão, o também estudante de Engenharia Elétrica na universidade federal local (UFMA), Felipe da Silva Raposo é o coordenador do núcleo. Ele destaca ações em instituições de ensino superior, como debates, workshops e palestras. “Temos a função de abrir as discussões e unir os alunos.” Assim, vislumbra ele, manterão a coesão após formados, em prol da sociedade e do País. Dessimoni assinala que uma parceria natural é entre os núcleos jovens e o Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec), mantido pelo Seesp com o apoio da FNE.

“É muito importante trazer o público jovem para dentro do Senge, mobilizá-los enquanto engenheiros e cidadãos”, conclui o estudante do último ano de Engenharia Civil na Uniasselvi Jean Hening, que coordena o núcleo junto ao sindicato de Santa Catarina.

Mercado de trabalho
Outra relevante ação é dar suporte ao desafio de começar a carreira e ingressar no mercado de trabalho. “Cada estado tem sua forma de encaminhar o jovem e dar orientação profissional, por exemplo sobre como montar um currículo competitivo. Alguns possuem parcerias com empresas que inclusive divulgam vagas no site da entidade. Em São Paulo, compartilhamos possibilidades de estágios atuando em conjunto com o Departamento de Oportunidades e Desenvolvimento Profissional, temos o serviço de coaching de carreira com uma psicóloga especialista, assim como análise de currículo e simulação de entrevista”, relata Dessimoni.

Em Roraima, uma das pretensões do recém-implantado núcleo, segundo a coordenadora, engenheira civil Lilian Carla de Souza Cruz, é “montar um banco de empregos para profissionais e estudantes (estágios), bem como elaborar um processo de orientação em relação à legislação”. No Ceará, entre as próximas ações, está prevista a iniciativa “Orientando carreiras”, cujo objetivo é reunir grandes empresas brasileiras e estrangeiras para exporem como é o trabalho dentro das corporações, apresentar oportunidades e processos seletivos para estágios. Também Goiás, cujo coordenador é o engenheiro sanitarista e ambiental AquilaLevindo, está com projetos nesse sentido. Entre eles, o “Quase engenheiros: primeiros passos para o mercado de trabalho”, para suporte ao desenvolvimento profissional e elaboração de currículos; e o “Quase engenheiro e agora?”, para auxiliar o estudante no planejamento de sua carreira.

Núcleos no Brasil

Acre
Coordenação: Taynara Bastos Trindade
Jovens associados: Aproximadamente 1.500
Criação: Outubro de 2015
Contato: (68) 9239-7823 ou Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Amazonas
Coordenação: Saulo Pereira de Souza
Jovens associados: 423 – Criação: Janeiro de 2016
Contato: (92) 99304-5291

Ceará
Coordenação: Kayuby Mota de Sousa
Jovens associados: 200 – Criação: Abril de 2017
Contato: (88) 99945-2776 ou Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Distrito Federal
Em planejamento após próxima eleição de diretoria em agosto de 2017
Contato: Pedro Ivo, (61) 99985-8250

Goiás
Coordenação: AquilaLevindo
Jovens associados: 18
Criação: 2015
Contato: (62) 8228-1586 ou Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Maranhão
Coordenação: Felipe Raposo
Jovens associados: Aproximadamente 30
Criação: Setembro de 2016
Contato: (98) 99130-6869

Mato Grosso
Coordenação: Noé Rafael da Silva
Em implantação – previsão: início do segundo semestre de 2017
Contato: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Pará
Responsável: Eugênia Von Paumgartten, presidente do Senge
Em implantação
Contato: (91) 99146-8878 ou Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Piauí
Responsável: Antonio Florentino, presidente do Senge
Em implantação – previsão: segundo semestre de 2017
Contato: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Rio Grande do Sul
Em planejamento após próxima eleição de diretoria no segundo semestre de 2017
Contato: Diego MizetteOliz, (51) 3230-1605 / 99684-7874 ou Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Roraima
Coordenação: Lilian Carla de Souza Cruz Silva
Em implantação desde junho de 2017
Contato: (95) 98103-6553

Santa Catarina
Coordenação: Jean Hening
Criação: 2016
Contato: (47) 98908-5756

São Paulo
Coordenação: Marcellie Dessimoni
Jovens associados: 3.841
Criação: 2015
Contato: (11) 99783-9292 ou Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

* Interessados em participar ou obter mais informações sobre as ações e organização em outros estados podem contatar o Núcleo Jovem Engenheiro da FNE pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou whatsapp (11) 99783-9292.

 

Matéria publicada no jornal Engenheiro, da FNE, Edição 182, de julho de 2017
Texto de Soraya Misleh
Comunicação SEESP

 

 

 

 

 

 

Lido 2215 vezes
Gostou deste conteúdo? Compartilhe e comente:
Comentários  
# JOVEM NA LUTA SINDICAL,UM FATO IMPORTANTEuriel villas boas 20-07-2017 15:06
O movimento sindical brasileiro passa por um momento que exige muitas reflexões. A principal, por certo, é como envolver os trabalhadores nos encaminhamentos coletivos de sua categoria profissional. E nesse ponto, a divulgação das iniciativas dos jovens engenheiros é um fato que merece ampla divulgação. É uma categoria que tem muita importância no desenvolvimento do Brasil. E se isto se der com a vinculação dos estudantes, os encaminhamentos serão muito positivos. E mais, pode influenciar outras áreas na área estudantil.
Responder
Adicionar comentário

Receba o SEESP Notícias *

agenda