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28/08/2017

Especialistas debatem mudanças climáticas e aquecimento global

Do Jornal da USP

O programa Diálogos na USP (Universidade de São Paulo) recebeu os professores Pedro Leite da Silva Dias e Pedro Roberto Jacobi para um debate sobre o Protocolo de Kyoto, aquecimento global e outras mudanças climáticas.

Firmado em dezembro de 1997, na cidade japonesa de Kyoto, o documento tem o objetivo de reduzir o aquecimento global, decorrente da emissão de gases causadores do efeito estufa. Em 15 de março de 1999, o protocolo é ratificado por 55 países, que juntos produziam mais da metade das emissões de poluentes que contribuem para o aquecimento global. O Brasil assinou o Protocolo de Kyoto em 1998, mas sua ratificação só ocorreu em 2002.

Foto: Nasa via Wikimedia Commons
Simulação da quantidade de dióxido de carbono na atmosfera da Terra, se metade das emissões de aquecimento global não for absorvida.

Maior potência industrial do mundo, os Estados Unidos lideram as emissões de gases por habitante. Mas, apesar disso, sempre se mantiveram resistentes a comprometerem-se com as metas do Protocolo e, neste ano, Donald Trump anunciou a saída do Acordo de Paris, que substituirá o Protocolo de Kyoto em 2020. A justificativa de Trump é que a adesão prejudicaria o desenvolvimento econômico do país.

Jacobi, professor da Faculdade de Educação (FE) da USP, classifica como “factoide” o “estardalhaço” em torno da decisão de Trump, pois outros setores da sociedade já se mobilizam para encontrar alternativas, visando à diminuição da emissão de gás carbônico (CO2) no meio ambiente. Ele cita, inclusive, os esforços de outros países signatários do Protocolo de Kyoto, como Espanha e Portugal, “que deixaram muito claro como estão mudando suas matrizes energéticas”.

Já Silva Dias, diretor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP, comentou o maior interesse dos setores produtivos e públicos em investir em tecnologia renovável. Segundo ele, “o aquecimento global criou uma série de oportunidades”, citando a produção de energia eólica no Brasil. O professor se mantém otimista em relação ao uso de fontes de energia renováveis e enxerga um “maior interesse dos formuladores em políticas públicas” em ouvir e absorver o que se produz sobre o assunto nas universidades.

 


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