Deborah Moreira
Comunicação SEESP
Neste 16 de outubro, Dia do Engenheiro de Alimentos, o SEESP publica uma entrevista com a engenheira do setor Gabriela Gazotto Baptista, 28 anos, para homenagear esse profissional tão versátil e importante atualmente. Formada desde 2012, pela Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA), da Universidade de Campinas (Unicamp), ela fala sobre como foi a escolha da profissão e o ingresso no mercado de trabalho. A engenharia de alimentos é um campo bastante amplo com atuação nas diversas etapas da cadeia produtiva dos produtos alimentícios, desde a seleção das matérias-primas, o desenvolvimento de fórmulas, de processos produtivos e armazenamento, até a distribuição do produto e controle de qualidade. Confira a entrevista abaixo.
Porque você decidiu por essa profissão?
Sempre gostei de exatas e estava procurando algo com esse perfil. E tenho uma prima que fez Ciências dos Alimentos, nos Estados Unidos, e ela sempre falava pra mim o que fazia no trabalho. A partir de um intercâmbio, na faculdade, cheguei a visitá-la naquele país, onde ela permaneceu para atuar na área. Conheci seu local de trabalho e pude ver de perto a rotina. Isso teve grande impacto na minha escolha. Estava no segundo ano da graduação e cheguei a estagiar na Universidade Estadual de Ohio. Antes disso, o que me ajudou a decidir pelo curso foi o programa Unicamp de Portas Abertas, da Universidade de Campinas (Unicamp), que é quando a instituição recebe as pessoas que estão interessadas nos cursos. Com isso, pude conversar com os professores, alunos e conhecer as instalações. E acabei decidindo, em 2008, fazer a Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp, onde me formei em 2012.
O que faz um engenheiro de alimentos?
Ele pode trabalhar em diversas áreas, é uma profissão bem eclética. Pode tanto trabalhar na fabricação de ingredientes, na criação de novos alimentos, quanto na parte conservação e controle de qualidade dos alimentos. Também estuda e implanta métodos para aprimorar e ampliar o processo de produção em larga escala. Eu trabalhei mais na área de qualidade, responsável por conduzir auditorias na fabrica, e por garantir que ele chegue ao consumidor final com as características de qualidade assegurada, que chegue com um nível de microbiologia dentro do especificado pela legislação brasileira. E para isso são feitos testes em amostras para garantir a manutenção da qualidade. É uma área que lida também com a ponta do processo, ouvindo o consumidor.
Como foi a sua inserção no mercado e de que maneira você atua hoje?
Entrei na área como estagiária, em dezembro de 2011, um ano antes de me formar. Trabalhei com serviços de alimentação, na Yum! Brands, que era detentora de marcas como Pizza Hut e KFC no Brasil [marcas foram compradas pela família Wizard Martins, dona da rede varejista Mundo verde]. Depois, fui para a área de certificação e auditoria. Atualmente, trabalho no setor de Qualidade Corporativa no escritório de uma empresa que produz ingredientes para grandes fabricantes de alimentos, a Tate & Lyle. Sou o elo entre cliente e a empresa, tiro dúvidas, atendo demandas e dúvidas sobre os produtos, sempre com base no que a legislação brasileira exige.
E você teve alguma dificuldade para encontrar uma colocação?
Não. As duas primeiras experiências foram por indicação. Já a terceira, onde atuo neste momento, foi pela rede social Linkedin, onde a empresa entrou em contato comigo. Hoje muitas indústrias de alimentos estão surgindo, tanto grandes quanto pequenas. Nem eu e nem as pessoas que estudaram comigo, e que ainda tenho contato, tiveram dificuldades para ingressar no mercado de trabalho.
E qual a importância desse profissional para a sociedade atualmente?
A busca por uma alimentação saudável, rica em nutrientes, nunca foi tão grande como agora. E isso faz com que a indústria prospere, mas também pequenos estabelecimentos como distribuidores de alimentos, de bebidas e restaurantes. Portanto, a presença de um engenheiro de alimentos se faz extremamente necessária. Apesar do interesse na qualidade dos alimentos ter aumentado nos últimos anos, não é uma profissão tão recente assim, existe há pelo menos uns 50 anos [A FEA da Unicamp foi fundada em 1968].