FNE*
A falta de manutenção das barragens no Brasil e a necessidade de investimento em engenharia e tecnologia foram apontadas por Murilo Pinheiro, presidente do SEESP e da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), em entrevista à TV 247. Apesar da gravidade do que ocorreu em Mariana, não houve uma ação coordenada para impedir outros desastres.
A FNE está se mobilizando para organizar um encontro da engenharia em torno de soluções técnicas para as barragens e a eliminação dos riscos. Para Murilo, isso não se limita a resolver a questão financeira. "Não basta ter o dinheiro, sem corrigir", afirmou. Segundo ele, é preciso focar em tecnologia.
Outras providências precisam ser tomadas e superadas. Murilo acredita que, enquanto houver a sensação de que reais responsáveis ficarão impunes, faltará confiança da população. Além disso, não adianta punir sem apurar corretamente. E, finalmente, ele criticou a forma como a Lava Jato puniu e destruiu empresas brasileiras e postos de trabalho em lugar de punir apenas as pessoas responsáveis, sem prejudicar o País.
Diante da grande eliminação de postos de trabalho de engenheiros, Murilo fez a defesa veemente da engenharia e da necessidade de investimento e política pública para impulsionar a economia e contestou a ideia de que o trabalho desse profissional é caro. O engenheiro é capaz de projetar a obra justa, nem a mais, nem a menos, e isso representa muita economia. Além disso, não se pode aceitar tão poucos engenheiros para a inspeção, manutenção e fiscalização das milhares de barragens e obras no País. Murilo propõe, inclusive, que cada município tenha a sua própria Secretaria de Manutenção.
Confira a entrevista:
*Federação Nacional dos Engenheiros (FNE)