Rosângela Ribeiro Gil
Oportunidades na Engenharia
Desde que foi lançada a newsletter Oportunidades na Engenharia, em setembro de 2018, até agora, diversas mulheres abrilhantaram nossas edições contando suas histórias de vida e profissional. Elas compõem um mosaico verdadeiro da atuação firme e constante do sexo feminino em todos os lugares da sociedade. É o reforço diário da origem do Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março: a luta sempre é necessária em defesa de direitos.
Montagem: Marismar Malara/Oportunidades na Engenharia
Ainda numa profissão majoritariamente masculina, todas as engenheiras entrevistadas estão bem resolvidas na profissão que escolheram. “Não me arrependo de ter trocado o vôlei profissional pela engenharia”, conta-nos Emanuelle Garcia Reis, que trabalha na siderúrgica Gerdau, em Ouro Branco (MG). Sorte nossa, Emanuelle!
Realmente as estatísticas mostram, conforme site do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), que as mulheres totalizam um pouco mais de 15% de todos os profissionais ativos junto ao conselho. Hoje temos, em todo o País, 196.529 engenheiras e 1.110.092 engenheiros. O Estado com maior presença feminina na profissão é São Paulo (375.919), vindo, na sequência, Minas Gerais (166.685), Rio Grande do Sul (90.883) e Rio de Janeiro (86.922).
Leia ainda
* Brasil perde quase 3 milhões de empregos para mulheres em 8 anos
* Mais mulheres do que homens saíram do mercado de trabalho em 2018
Por isso, todas as homenagens a essas bravas mulheres que remam quase contra a maré, mas seguem firmes; assim como tantas outras que, neste momento, estão mudando essas estatísticas (sim, o número já foi muito menor!!). E como mulher sempre faz a diferença, elas entram na área porque acreditam que a engenharia – uma área, por excelência, ligada ao desenvolvimento e ao moderno – precisa dar sua contribuição também eliminando o preconceito, a discriminação e a intolerância de qualquer tipo. É o que defende a estudante Mariana Antunes, que quer uma engenharia inclusiva. “Tem lugar para todos”, exalta. O “grito de guerra” ecoa também na voz de Juliane Debetio: “A mulher engenheira já saiu dos escritórios e está brilhando de botinas e capacetes nos canteiros de obras com profissionalismo e dedicação.”
Raquel Trindade incentiva outras mulheres a não desistirem de nenhum sonho, principalmente na hora de escolher uma profissão: "Quer ser engenheira? Seja! Não desista!” Em sua história pessoal, o exemplo da escolha: “Fui mãe com idade mais avançada justamente por esse motivo. As empresas vêm se adaptando mais quando a gente fala da mulher. Todavia, não podemos nos enganar: ainda vivemos num mundo muito mais masculino e, no Brasil, temos uma cultura machista ainda predominante.”
“Aprender sempre” é o mantra da professora da Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ), Alessandra Costa Vilaça. “Quanto mais se qualifica mais se quer aprender”, indica. No mundo contemporâneo, onde a engenharia é quase uma presença obrigatória em todos os avanços sociais, os profissionais da área precisam ir além do conhecimento técnico-científico. Ela nos ensina: “Esse profissional precisa saber se comunicar claramente, que saibam trabalhar em equipe com liderança e respeito, humildade, proatividade e capacidade de empreender.”
Todas relacionam valores nobres à profissão, um desses é que o desenvolvimento proporcionado pela área deve ser usufruído, de forma sustentável, por todos numa sociedade.
Para homenagear bem o Dia Internacional da Mulher, apresentamos, abaixo, as histórias inspiradoras das nossas profissionais.
Leia as entrevistas
* Mariana quer uma engenharia inclusiva
* Engenharia também é lugar de mulher
* Superar ambientes machistas é preciso
* Entrevista – Sem limitação de gênero para os cargos, defende primeira diretora da Poli
* Da automação à geração de energia, um profissional imprescindível
* Entrevista - A engenharia que venceu o vôlei
* “Quanto mais se qualifica mais se quer aprender”, diz engenheira