Murilo Pinheiro*
Mais um ano se inicia e com ele renovamos nosso otimismo e nossa disposição de luta e trabalho para construir um país e um mundo melhores, com oportunidades e condições dignas de vida para todos. Para alcançar essa meta, parte fundamental do caminho é a valorização da engenharia colocada a serviço do desenvolvimento e bem-estar público. Por isso mesmo, manteremos e aprofundaremos o debate proposto pelo projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) e seus sindicatos filiados, entre os quais o SEESP, buscando contribuir para que em 2020 possamos avançar em questões essenciais.
Nesse contexto, entra em pauta a proposta que vimos defendendo de se criarem secretarias de Engenharia de Manutenção em nível municipal, estadual e federal. O objetivo é garantir que as tarefas de inspeção e conservação permanentes de edificações, obras de arte e equipamentos públicos em geral sejam cumpridas adequadamente e de forma planejada. Isso exige corpo técnico qualificado e dotação orçamentária específica. Numa visão superficial, a medida poderia ser considerada um acréscimo de gastos, mas, pelo contrário, teria o efeito de racionalizar e otimizar o dispêndio público. Pois é obviamente muito mais econômico prevenir do que remediar.
Ano de eleições municipais, o período que se inicia será uma ótima chance para que profissionais, candidatos às prefeituras e às câmaras de vereadores e a sociedade em geral travem a discussão sobre prioridades a serem atendidas e como fazê-lo. Ao pensar nessas questões, é importante ter em mente que a segurança e a qualidade de vida nas cidades estão diretamente ligadas à engenharia colocada à disposição da população.
Num esforço de lançar luz sobre essa questão, o Jornal do Engenheiro, a partir desta edição e até outubro próximo, publica a série “Engenharia na cidade”, que abordará, a cada mês, problemas enfrentados pelos paulistanos e quais seriam as soluções adequadas para superar tais dificuldades. Ao colocar em foco a maior cidade do País e seus gigantescos desafios, esperamos poder contribuir para o debate paulista e nacional nesse campo. Nesta primeira matéria, entra em pauta a calamidade das enchentes e dos alagamentos que afligem a população todos os anos no período das chuvas, causando transtornos, doenças por contaminação, acidentes e até mortes.
Nesse debate, é inescapável tratar das condições de trabalho de quem tem a função de cuidar da cidade no que diz respeito à engenharia. Na edição de dezembro, matéria antecedendo este conjunto de reportagens (http://bit.ly/35tbsea) aponta: em São Paulo, é preciso ampliar o quadro com novos concursos, garantir remuneração digna e plano de cargos, além de fazer com que o saber técnico prevaleça nas decisões a serem tomadas pelas administrações. Entre as reivindicações, está a implementação da carreira pública de Estado para a categoria, bandeira defendida pelo SEESP.
Em 2020, sigamos juntos, trabalhando por mais engenharia e mais desenvolvimento para todos os brasileiros.
*Editorial do Jornal do Engenheiro edição nº 535 – janeiro/2020.