Agência Sindical
Cresce a greve no Sistema Petrobras, mesmo com posição da empresa de partir para o confronto. Nos últimos dias, o comando da mobilização tem registrado novas adesões.
Conforme balanço mais recente, os trabalhadores das plataformas PUB-2 e PUB-3, que operam no litoral do Rio Grande do Norte, aderiram à paralisação. Os petroleiros das plataformas no Espirito Santo e na Bacia de Campos, Rio de Janeiro, também.
Em todo o País, já são mais de 20 mil trabalhadores parados. O movimento só é menor, em magnitude e força, para a histórica greve de 1995 – de 32 dias.
Além de cobrar cumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho, a categoria corre contra o tempo na luta pela suspensão das demissões na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR), que estão previstas pra começar nesta sexta (14).
José Calixto Ramos, presidente da Nova Central, considera que a mesa de negociação é o caminho. “É inadmissível que a Petrobras se negue a negociar e recorra ao TST pra inibir o movimento. O direito de greve jamais foi tão violado. Esse tipo de agressão à atividade sindical é incompatível com um País democrático”, ele afirma.
Quarta (12), dirigentes petroleiros e das Centrais Sindicais estiveram com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e o do Senado, Davi Alcolumbre.
Apoio - Os líderes do Congresso Nacional se comprometeram a buscar interlocução com a estatal e o ministro da Economia, Paulo Guedes, visando ao fim da greve e breque nas demissões. No mesmo dia, Alcolumbre falou com o presidente da empresa, Roberto Castello Branco, e pediu a retomada do diálogo.
“Agora é acompanhar e cobrar”, comenta a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), que no início da greve foi impedida de entrar na sede da Petrobras pra apoiar o movimento. “Esperamos diálogo e que as demissões sejam suspensas”, ela disse na tribuna.
Henrique Fontana (PT-RS), outro deputado que esteve na reunião, comemora: “Os petroleiros têm que ser aplaudidos. A defesa que eles estão fazendo da Petrobras é a defesa do desenvolvimento nacional”, afirmou no plenário.
“Eles estão em luta contra o processo de privatização, porque uma Petrobras soberana significa a possibilidade de haver gás de cozinha e gasolina baratos para o povo”, reforçou a deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP).
Mídia
Ante o silêncio da imprensa, que ignora a greve, manifestantes e grevistas fizeram protesto em frente à sede da Rede Globo, no Rio, para pressionar a emissora a noticiar sobre as paralisações. A Globo não deu nenhuma nota sobre o caso.