Deborah Moreira
Comunicação SEESP
O candidato a vice-prefeito de São Paulo Marcos da Costa (PTB), que compõe chapa com o candidato Celso Russomanno (Republicanos), participou do ciclo de debates do SEESP intitulado “A engenharia e a cidade”, na quarta-feira (14/10), às 15h, transmitido pelo Youtube e Facebook. Entre os pontos defendidos, está o diálogo permanente com a sociedade civil para a busca de soluções dos principais problemas da cidade.
Sobre isso, lembrou quando houve um problema grave de abastecimento, vivido há alguns anos, durante uma greve forte de caminhoneiros. “Temos instrumentos que permitem dialogar com os moradores da cidade. No final da greve dos caminhoneiros, fui eu quem foi negociar com eles, que protestavam contra a dolarização do diesel. Percebi naquele momento que a questão era mais profunda, que faltou diálogo com eles durante muitos anos, como a questão dos horários de carga e descarga nas diversas regiões da cidade”.
Paulistano, nascido no Brás, começou a atividade agradecendo a cidade: “Devo tudo a São Paulo. Me proporcionou estudar em escolas públicas de boa qualidade, conhecer minha esposa, sou casado há 40 anos. Foi onde realizei meu sonho de ser advogado. Venho de uma família muito humilde, fui o primeiro a ter um diploma universitário. São Paulo me proporcionou emprego, comecei a trabalhar muito jovem e tive oportunidades que me levaram a ser advogado e presidente da Ordem dos Advogados do Brasil”, contou Costa que deixou claro que não será um vice-prefeito figurativo. "Como sou uma pessoa muito ativa, deixei claro que aceitaria ser vice mas não um vice figurativo. Quero estar na administração da cidade, participar de alguma forma".
O candidato falou da perda de postos de trabalho na capital paulista, que vem ocorrendo ao longo dos últimos anos. Não só com a pandemia. Houve uma perda da capacidade de produção e do comércio. Em 2019, foram 23 mil empregos perdidos, segundo a Federação do Comércio. No ano anterior, 32 mil. Neste ano, o município contabiliza 144 mil empregos perdidos. “Recuperando emprego, vamos reverter o ciclo que entramos de crise, que desestrutura famílias e aumenta o número de moradores de rua, onde muitos sucumbem à droga e, com isso, gera aumento da violência, o que leva a ter menos gente circulando pela cidade. Com menos gente, menos comércio, menos restaurante, menos indústria”.
Também pontuou a importância em investir na estrutura do Sistema Único de Saúde (SUS), com atualização de equipamentos e tecnologia e novas formas de atendimento, como a telemedicina e atuar com saúde preventiva. “Ajudar as pessoas antes que a doença se agrave”.
Em relação à segurança, falou da importância em requalificar a guarda municipal e aumentar o efetivo e os salários. “Há muitos anos, quando era jovem e tinha escritório no centro, eu andava a pé com tranquilidade. Era uma delícia. Hoje em dia, as pessoas não fazem mais isso por insegurança. Temos uma arquitetura maravilhosa na região central. É preciso resgatar essa segurança e incentivar o turismo nesses locais”, afirmou.
Sobre educação, lamentou o fato dos estudantes não estarem tendo acesso às aulas online, durante este ano devido à pandemia causada pelo novo coronavírus, o que classificou como um “drama“. Também lembrou a falta de lazer e esporte nas regiões mais carentes.
“Crianças estão impedidas de ir para a escola e o ensino a distância, que seria a solução, não está contemplando a todos, seja pela ausência de internet na região onde moram, seja pela falta de equipamentos para acessar a rede. Os professores são verdadeiros heróis porque eles não estavam preparados para isso e precisaram fazer um esforço grande para dar conta”.
Também ressaltou a importância do corpo técnico da prefeitura, como os engenheiros, que precisam ser valorizados devidamente. “Devemos valorizar os engenheiros na altura que eles merecem. Uma das ideias é a criação de um espaço de manutenção da cidade para evitar os acidentes”, declarou Marcos da Costa, citando uma proposta da categoria, de criação de uma secretaria de Engenharia de Manutenção.
Murilo Pinheiro, presidente do SEESP que abriu o evento online, parabenizou a atuação do candidato e agradeceu sua participação. Após a explanação do mesmo, Murilo voltou a agradecer, lembrando da proposta dos engenheiros para São Paulo: “Acho que o Russomano ganhou muito na parceria com você. Ouvi sua sugestão de criação de um espaço para a engenharia de manutenção, contemplando nossa proposta”, destacou .
O diretor do sindicato, Flávio Brizida, que também participou do evento, questionou sobre a interlocução das entidades de classe com o município, como na questão da geração de empregos. “O protagonismo precisa ser dado à sociedade civil. Se eleito, vou colocar em prática o que sempre defendi na teoria, que é o diálogo com as pessoas”, respondeu o candidato, voltando a falar da importância da participação da sociedade civil organizada.
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