Carlos Magno Corrêa Dias*
Em 29 de outubro de 2020, a Biblioteca Nacional do Brasil (BNBR), oficialmente denominada Fundação Biblioteca Nacional (FBN), completa seus 210 anos de fundação.
Fundada em 29 de outubro de 1810 a FBN originou-se com a transferência da Real Biblioteca Portuguesa para o Brasil.
Registros dão conta que o acervo inicial chegou ao Rio de Janeiro em 1808 sendo constituído além de livros de um grande conjunto de manuscritos, mapas, estampas, moedas e medalhas.
A Biblioteca Nacional do Brasil é a depositária do patrimônio bibliográfico e documental do Brasil. Ao salvaguardar a bibliografia brasileira corrente a FBN assegura o registro e a guarda da produção intelectual nacional e defende e preserva a língua e a cultura nacionais.
A Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) considera a FBN uma das dez maiores Bibliotecas Nacionais do mundo e a maior da América Latina.
Hoje o acervo da FBN é formado por mais de dez milhões de itens. Por ano o acervo é acrescido de cerca de 24 mil volumes de livros e de 60 mil fascículos de periódicos. O acervo é composto de muitas raridades tais como a primeira edição de Os Lusíadas (de 1572), o primeiro jornal impresso do mundo (de 1601), a Bíblia de Mogúncia (de 1462), a Bíblia Poliglota de Antuérpia (de 1569), a primeira edição da Arte da gramática da língua portuguesa (1595), dentre outras.
Cabe observar que a Biblioteca Nacional, mantida pelo governo, é uma Biblioteca que tem a função de ser o repositório do patrimônio bibliográfico nacional. Assim, a Biblioteca Nacional reúne coleções únicas e históricas de acesso restrito os quais, na maioria das vezes, não podem ser emprestados pelo público em geral. Diferente do Arquivo Nacional a Biblioteca Nacional não guarda documentos administrativos ou legais, mas é responsável pelo controle bibliográfico “mediante registro, coleta e guarda das obras bibliográficas publicadas no país seguindo a Lei Federal de Depósito Legal (Lei Número 10.994, de 14 de dezembro de 2004).
Em homenagem à Biblioteca Nacional foi criado o Dia Nacional do Livro a ser celebrado a cada dia 29 de outubro. O Dia Nacional do Livro foi oficializado pela Lei número 5.191 2, de 18 de dezembro de 1966.
Saliente-se, também, que pelo Decreto número 84.631, de 9 de abril de 1980, foi instituída no Brasil a Semana Nacional do Livro e da Biblioteca (SNLB) a ser celebrada de 23 de outubro a 29 de outubro para “incentivar a leitura e a construção do conhecimento através da difusão do livro, da informação e do acesso a diversas formas de manifestações artísticas e culturais”.
A SNLB se presta, também, para a divulgação da profissão de Bibliotecário e para promover a atualização e o desenvolvimento do Bibliotecário no país.
Tanto o Dia do Livro quanto a Semana Nacional do Livro e da Biblioteca são momentos importantes para a preservação da história da nação quanto para a promoção da soberania nacional, pois são os livros de uma nação sua maior riqueza e mais significativa distinção.
Há muito que a simplória concepção de "depósito de livros" não pode mais ser utilizada para identificar as Bibliotecas. Hoje se faz referência a uma Biblioteca como "ambiente físico ou virtual destinado à coleção de informações com a finalidade de auxiliar pesquisas e trabalhos escolares ou para praticar o hábito de leitura, material este seja impressos em folhas de papel ou ainda digitalizadas e armazenadas em outros tipos de materiais” conforme a contemporaneidade da tecnologia existente.
Da origem grega, “grande caixa” (theké) de “livros” (biblion), chegou-se ao termo biblioteca significando aquele lugar especial onde são guardados criteriosamente livros e documentos para serem consultados publicamente para ler, estudar, pesquisar e consultar visando a aquisição de conhecimento.
As bibliotecas passaram a ser os locais seguros, resguardados de perigos, que se prestam à guarda de livros e demais publicações, que devem conservar o acervo por elas guardados e que mantém as obras de seus acervos devidamente organizadas segundo regras especificas de catalogação e arquivamento para facilmente serem encontradas quando forem consultadas.
Comemore-se, com autonomia, os livros que enriquecem e dão vida às Bibliotecas as quais, por sua vez são repositórios fundamentais do conhecimento de uma nação e da humanidade. Os livros e as bibliotecas são templos do saber da humanidade.
“O livro chama o intelecto transformando mentes”. “Os livros, quaisquer que sejam, são sempre revolucionários”.
Que os homens se permitam sempre transformar suas mentes e ampliar experiências lendo cada vez mais livros.
Festeje-se o Dia Nacional do Livro lendo um livro e assumindo o compromisso de seguidamente promover a leitura como forma de empoderamento.
* Carlos Magno Corrêa Dias é professor, conselheiro efetivo do Conselho das Mil Cabeças da CNTU, conselheiro sênior do Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE) do Sistema Fiep, líder/fundador do Grupo de Pesquisa em Desenvolvimento Tecnológico e Científico em Engenharia e na Indústria (GPDTCEI), líder/fundador do Grupo de Pesquisa em Lógica e Filosofia da Ciência (GPLFC), personalidade empreendedora do Estado do Paraná pela Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (Alep).