Comunicação SEESP
Candidato a prefeito de São Paulo pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), Márcio França reuniu-se nesta segunda-feira (9/11) com os engenheiros na sede do SEESP, na Capital, para discutir suas propostas à habitação.
Entre elas, a implantação do que vem sendo denominado “Poupatempo” da área, com o objetivo de desburocratizar e simplificar os processos necessários a uma construção, ampliação, reforma, regularização fundiária – adotando o modelo de disponibilizar o conjunto dos órgãos responsáveis e respectivos serviços em um único espaço.
O sindicato, como faz tradicionalmente, tem recebido democraticamente todos os que concorrem ao cargo executivo nestas eleições municipais no ciclo “A engenharia e a cidade” para que apresentem suas ideias, trajetória e programa de gestão, bem como ouçam as demandas e contribuições da categoria. Neste ano, em meio à pandemia, a diferença é que os eventos vêm ocorrendo online.
Presente à reunião nesta segunda-feira, o candidato a vice de Márcio França, Antonio Neto, foi um dos participou dessa atividade. Também acompanhou o prefeiturável ao encontro na sede do SEESP o candidato à reeleição para vereador na Capital Eliseu Gabriel.
À abertura, Esdras Magalhães dos Santos Filho, diretor do sindicato, destacou que a busca por soluções à habitação é “um dos pilares” da entidade. E explanou: “A construção civil é preocupação geral da engenharia e do trabalho dos engenheiros, tem potencial e muitas vezes se faz com muitas dificuldades. Procuramos atender na Capital e no Interior em diversos programas. É um esforço que vimos fazendo há 30 anos.”
Também diretor da entidade, Alberto Pereira Luz informou o candidato que o SEESP conta com o Programa de Moradia Econômica (Promore) em várias cidades para residências personalizadas até 70m2, com assistência técnica de engenheiro, arquiteto e com acompanhamento da obra por esses profissionais. A iniciativa teve início em 1988, na cidade paulista de Bauru, em convênio com a Prefeitura, garantindo isenção de taxas. “Já foram construídas 10 mil moradias. Houve ganhos no custo e na qualidade. Colocamos a engenharia à disposição para resolver o problema na Capital, ao que é necessário soluções diversificadas. Tem lotes vazios urbanizados, tem melhorias a serem feitas, reformas que permitem às pessoas morarem perto do trabalho”, detalhou.
Quanto à ideia de um “Poupatempo Habitação”, Esdras colocou o sindicato à disposição para parceria, já que “tem vasta experiência e condições de dar grande contribuição”. Murilo Pinheiro, presidente do SEESP, ratificou e lembrou que “temos programa habitacional nas 25 delegacias sindicais no Estado e lutamos muito para que o tema seja pensado seriamente para resolver o problema. Forma direta, objetiva e com capacitação é garantir assistência técnica da engenharia, isso diminui o custo ao cidadão e à Prefeitura”. Esdras apontou ainda a importância de assegurar estágios a recém-formados e que o sindicato conta, sob essa perspectiva, com o Núcleo Jovem Engenheiro.
Regras novas
Após ouvir os dirigentes, Márcio França enfatizou que visa apresentar “regras novas” para simplificar a construção e regularização fundiária na Capital. “Um Habite-se hoje leva dois anos para ser aprovado. No Poupatempo serão 60 dias para resposta positiva ou negativa”, garantiu. E acrescentou: “Hoje na Prefeitura de São Paulo há 300 sistemas concomitantes que não conversam uns com os outros.” O candidato exemplificou: “A SPTrans conta com georreferenciamento. Por que não disponibilizar às pessoas para que tenham no celular e possam acompanhar horários e informações sobre ônibus?”
Ele observou o quadro atual a que o novo prefeito terá que fazer frente: “vários prédios ocupados, 30 mil pessoas morando em barracas de camping em todo canto da cidade”, além de bairros inteiros irregulares. “Onde ando na cidade não há escrituração. Por que a Prefeitura não aprova plantas, dá cartão para compra de materiais e resolve?”, questionou.
Márcio França recebe nova versão "Cresce Brasil" das mãos de Murilo (ao centro).
Ao lado, Alberto Luz e Eliseu Gabriel (à esq.) e
Esdras e Antonio Neto (à dir.). (Foto: Rita Casaro)
França afirmou a disposição de fazer convênio com os engenheiros para solucionar essas e outras questões relativas à habitação. “Certamente vocês serão uma das parcerias. Dá para fazer muito. Não há nenhuma vantagem a pessoa ficar irregular. Mudar isso gera emprego, renda, expectativas e a pessoa se sente segura”, salientou.
O candidato pelo PSB informou que não falta dinheiro. Segundo ele, a cidade de São Paulo conta com R$ 8,5 bilhões para investir em habitação, equivalente a 2/3 do montante federal, e R$ 17 bilhões em caixa. “É preciso constituir frentes de trabalho, disponibilizar linhas de crédito para as pessoas empreenderem.”
E concluiu: “É preciso força, pulso, boa relação e coragem. Estou colocando à disposição para a Prefeitura de São Paulo 40 anos de vida pública para exercer a função política com plenitude e levar São Paulo a voltar a conduzir e dar o exemplo para o Brasil.”
Ao final, Murilo passou às mãos do candidato o acesso à nova edição do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, publicação digital lançada em 21 de outubro último. Iniciativa da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) com a adesão do SEESP, traz nesta versão o tema da Recuperação Pós-pandemia mediante a retomada das obras públicas paralisadas. Nessa direção, traz propostas a setores essenciais, como habitação. O documento foi enviado aos diversos candidatos que disputam estas eleições municipais, a se realizarem nos próximos dias 15 e 29 de novembro.