Agência Sindical
Após 90 dias sem um tostão do governo, milhões de pobres voltarão a receber Auxílio Emergencial, em abril. Não mais os R$ 600,00 de antes. Agora, as faixas são de R$ 150,00, R$ 250,00 e até R$ 375,00.
Valores, abrangência e critérios foram anunciados na quinta (18/3) pelo Presidente Jair Bolsonaro. Ele não ouviu as centrais sindicais, que pleiteiam R$ 600,00 enquanto durar a pandemia.
A Agência Sindical entrevistou Pedro Afonso Gomes, economista e presidente do Sindicato dos Economistas no Estado de São Paulo (Sindecon-SP).
Confira os principais trechos:
Arrocho - “A redução dos valores é forte. Esse arrocho vai impactar negativamente as famílias pobres. O consumo não será aquecido como se esperava e precisa”.
Público - “A regra atual exclui 22 milhões de brasileiros. Serão abrangidas, parcialmente, pessoas que receberam o Auxílio anterior. Não há novos cadastros”.
Teto - “No plano familiar, há teto de R$ 3,3 mil na renda. Pra receber - qualquer nova faixa - os beneficiários não podem ter renda mensal acima de R$ 550,00 por pessoa”.
Futuro - “O benefício não liga ao futuro. Não há cursos de qualificação. Ocorre que a economia está mudando e seria preciso prepararmos os profissionais para o mercado”.
Cadeias - “Com os R$ 600,00 de antes, dava pra comprar mais que comida. Agora, esse pouco irá pra alimentação, a um só segmento da economia. A pessoa não comprará comida e remédio. Ou um ou outro”.
Emprego - “Sem incremento do consumo, setores importantes ficarão fragilizados. Não haverá oferta de emprego. As pessoas terão que se virar, sair de casa pra buscar sustento, e isso em meio a uma pandemia dessa gravidade”.
Erro - “O novo Emergencial renderá poucos tributos ao Estado. Mas o Brasil precisa de tributação indutora do desenvolvimento e não só pra manter a máquina pública e pagar juros”.