Soraya Misleh/Comunicação SEESP
Oportunidades aos engenheiros e necessidade de capacitação profissional estiveram em pauta nesta quinta-feira (1º./7) durante a live “Mercado e qualificação no setor de saneamento”, realizada pelo SEESP e transmitida online em seus canais no Youtube, Facebook e Linkedin.
Nessa direção, o sindicato e a Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) promovem, em parceria com a Allevant Educação, o curso “Engenharia e gestão do saneamento utilizando ferramentas BIM”, com desconto de 30% aos associados à entidade – o qual foi apresentado no decorrer da atividade e conta com o apoio de organizações da área.
Coube ao coordenador do SEESP Educação, Antonio Octaviano, a condução da live, que contou com a participação de João Carlos Gonçalves Bibbo, vice-presidente da entidade; João Sergio Cordeiro Filho, diretor da Allevant Educação; e Viviana de Aquino Borges, presidente da Associação dos Engenheiros da Sabesp (Aesabesp).
Octaviano abriu a atividade lembrando que saneamento básico é um componente importante do desenvolvimento nacional. Nessa direção, destacou a importância de capacitar os profissionais da categoria a atuarem no setor. Ao encontro disso, atestou, o curso “Engenharia e gestão do saneamento utilizando ferramentas BIM” visa atender requisitos necessários e garantir qualificação para tanto. “ESG [Environmental, Social and Governance – em português Ambiental, Social e Governança] é o que orienta hoje as principais empresas do mundo”, salientou o coordenador do SEESP Educação.
Bibbo destacou as grandes transformações mundiais por que passa o setor “superimportante para a vida de todos os brasileiros” e enfatizou: “Saneamento é saúde preventiva, com o qual se consegue diminuir muito a mortalidade, principalmente infantil. Mas hoje esgoto ainda corre a céu aberto em muitos municípios de São Paulo e do Brasil.”
O desafio é grande, e oportunidades de trabalho se abrem para enfrentá-lo, como observou Cordeiro: “O País está muito aquém ainda de atingir o básico. Soma em torno de 50% em coleta de esgoto. O marco regulatório do setor [Lei 14.026/2020] reúne metas agressivas, porque há muito atraso, de 99% de água tratada e 90% de coleta e tratamento de esgoto até 2033. Ou seja, temos 12 anos para fazer o dobro do que fizemos até agora. E de forma planejada, ao que é preciso corpo técnico capacitado”, pontuou.
Borges atribui o atraso não só à ausência de investimentos, mas também de mão de obra qualificada para dar conta da demanda necessária. “Entre 2007 e 2016 o governo federal destinou R$ 100 bilhões a projetos de financiamento no setor. Foram utilizados somente R$ 53 bilhões. A outra metade não o foi porque faltou pessoal especializado para fazer as obras. Não houve capacidade de execução pela carência de profissionais capacitados. O pouco incentivo no País à educação reflete décadas e décadas depois”, constatou a presidente da Aesabesp.
Cordeiro corroborou: “Vivenciamos momentos de crescimento no Brasil em que a primeira coisa que aconteceu foi faltar engenheiros.” Ele ressaltou ainda a sustentabilidade garantida em um bom plano e projeto a partir da formação adequada: “Fizemos o projeto para uma cidade em que a previsão era de destinação de R$ 50 milhões. Com modelagem hidráulica, conseguimos reduzir para R$ 18 milhões. Engenharia é fazer o bem e otimizar. O marco legal revela que corpo técnico é essencial para atingir essa meta.”
Os participantes foram unânimes em afirmar a importância crucial da educação contínua. “Qualificação é fundamental para que se possa seguir a carreira, desenvolver-se profissionalmente e dar à população brasileira o suporte que precisa em água e esgoto tratados”, frisou Bibbo.
Para a presidente da Aesabesp, além das habilidades técnicas, o “profissional do futuro” deve reunir outras específicas, como econômicas e comportamentais. Por exemplo, saber se comunicar e escrever bem um relatório, trabalhar e liderar equipe, ouvir e entender o que a sociedade necessita.
Ela frisou ainda a importância do reconhecimento e valorização do engenheiro, saudando a luta que vem sendo travada pela FNE e seus sindicatos filiados, entre os quais o SEESP, contra emenda incluída na MP 1.040/2021 – sob a forma de jabuti, ou seja, sem qualquer relação com a matéria – que visa acabar com o salário mínimo profissional da categoria (Lei 4.950-A/66).
O curso
“Engenharia e gestão do saneamento utilizando ferramentas BIM” tem como finalidade, segundo Cordeiro, capacitar os profissionais para atuarem nas quatro grandes áreas do saneamento: água, esgoto, resíduos sólidos e drenagem de águas pluviais – o curso está dividido em módulos específicos sobre cada uma delas. “A proposta é atualizar os participantes com o que há de mais moderno.”
Nesse sentido, insere-se a qualificação voltada à área de saneamento com a metodologia Building Information Modelling (BIM) – ferramenta para gestão da informação à melhor eficiência e eficácia no projeto, englobada no curso através da parceria com a Bentley Institute . “É possível simular uma rede de água e ver qual a melhor forma de reduzir perdas. Ou uma rede de esgoto e, assim, dimensionar a quantidade de elevatórias, geração de energia”, ilustrou o diretor da Allevant.
O curso, como detalhou Cordeiro, está previsto para começar em agosto, pelo módulo sobre água e seguir com o relativo a esgoto, com aulas às segundas, quartas e sextas-feiras. Os dois subsequentes – resíduos sólidos e drenagem de águas pluviais – serão ministrados às terças e quintas. É possível optar pela qualificação completa ou apenas módulo de interesse do profissional.
Clique aqui para mais informações sobre o curso e inscrições.
Confira a live na íntegra: