Agência Sindical
Apesar da Câmara dos Deputados aprovar o Projeto de Lei (PL) 521/21, que facilita privatizar os Correios, seus trabalhadores seguem mobilizados. A matéria teve 286 votos a favor e 173 contra e segue para o Senado. Caso seja aprovado, irá a sanção presidencial. Se o PL for aceito sem alteração, o leilão da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) pode ocorrer já no primeiro semestre de 2022.
Para o governo, a empresa dá prejuízo. Mas estudos provam que é autossuficiente e obtém lucros seguidos nos últimos 20 anos. “Correios não dá prejuízo. Não depende de repasse orçamentário da União. Nos últimos 20 anos, a empresa repassou R$ 12 bilhões aos cofres públicos”, afirma Douglas Melo, diretor do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de SP (Sintect-SP).
Elias Cesário (Diviza), presidente do Sintect-SP e vice da Federação Interestadual, pondera: “Conseguimos 173 votos graças ao diálogo que temos feito. Isso por si só é um avanço na atual conjuntura”. Ele não desanima. “Perdemos a batalha, mas não a guerra. Vamos continuar o diálogo com a sociedade e os parlamentares. Quem vai ser prejudicado é o mais pobre, que depende do serviço postal, e principalmente os trabalhadores do setor”, afirma.
Os Correios empregam 90 mil funcionários. O relator Gil Cutrim (Republicanos-MA) incluiu em seu texto dispositivo que prevê estabilidade de 18 meses para funcionários após privatização. Neste período, os funcionários só poderão ser demitidos por justa causa
Defesa
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) divulgou neste final de semana uma lista com 18 motivos para que toda a população brasileira defenda a empresa pública. Um dos pontos destaca justamente o lucro dos Correios. Só em 2020, a estatal gerou R$ 1,5 bilhão. Muito diferente do que diz a ala privatista do governo.