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05/10/2021

"BIM: conheça para praticar" traz fundamentos com troca de experiência

Deborah Moreira
SEESP Educação

O Building Information Modeling  (BIM na sigla em inglês, cuja tradução é Modelagem de Informação da Construção) é um processo completo de criação e gerenciamento de informações para algo a ser construído ou que já exista. Os fundamentos básicos dessa nova forma de pensar as obras no setor de engenharia, arquitetura e construção civil são tema do primeiro módulo do curso oferecido pelo SEESP Educação: “BIM: conheça para praticar”.

 

BIM divulgacao 2

 

Ministrada pela arquiteta Meire Garcia, uma das pioneiras da metodologia no País, a atividade tem a intenção de ser dinâmica, a partir da construção conjunta de ideias, uma vez que as  aulas são síncronas e online. No total, foram quatro aulas, no período noturno, transmitidas pela plataforma Google Meet, somando 12 horas de conteúdo.


Para Garcia, o diferencial da experiência é a diversidade entre os alunos, o que promove uma rica troca de informações: “Na primeira experiência do curso, em agosto, havia alguns estudantes, mas a maioria foi formada por profissionais que estão há mais tempo no mercado, o que gerou um benefício a todos os presentes, inclusive aos estudantes que receberam muitas informações sobre a prática”.


meire garcia 2Meire Garcia, professora do SEESP Educação / Foto: Arquivo pessoalA professora ressalta que o conhecimento em obras favorece muito a fase de implantação do projeto em BIM.  “A expertise adquirida em anos de carreira, colaborou para que esses estudantes entendessem a problemática do processo como um todo, dando um olhar mais integrado sobre os processos”, completou.

As aulas síncronas favorecem a reflexão e a elaboração de problemáticas em conjunto, o que já é uma característica da metodologia. “O BIM necessariamente é um processo colaborativo. Cada profissional acessa a plataforma remotamente. Portanto, se isso não se inicia na própria qualificação perde o sentido”, lembrou a arquiteta.

Mudanças em todos os setores

Uma das maiores barreiras para a implementação do BIM é a cultura organizacional das empresas, já estabelecida. Isso porque a metodologia muda tudo: desde o departamento de recursos humanos, uma vez que são alterados os requisitos de contratação; passando pelo departamento jurídico, já que se alteram os contratos; até o departamento de obras, onde o profissional precisa ter uma visão mais colaborativa e mais holística do processo, compreendendo-o como um todo.

A área de orçamento precisa começar a fazer parte do projeto desde o início. “Nesse sentido, o olhar do iniciante e o olhar do profissional mais experiente se somaram  e trouxeram diversas visões sobre os processos, uma vez que não é algo engessado, vai sendo construído conforme as necessidades de cada projeto”, disse Meire Garcia, lembrando que as aulas ficam gravadas e podem ser acessadas depois. Com isso, não se perde os principais conceitos, mas, como salienta a especialista “ao participar ao vivo, tem um ganho que é imensurável”.

Para um dos alunos do primeiro módulo, o engenheiro Sergio Azevedo, da Superintendência de Obras Públicas do governo do Estado do Ceará, que congrega atividades da engenharia pesada, rodovias e aeroportos, e construção civil, a capacitação veio no momento certo para o setor que atua.

“A implementação do BIM está em fase inicial na atividade pública. Na própria instituição que trabalho teremos também capacitação para todos os profissionais de nível superior”, conta Azevedo, acrescentando que devido à pandemia o planejamento para as formações precisaram ser adiadas. “Somente a partir de agosto deste ano é que foi possível retomar esse plano.”

Sergio AzevedoO engenheiro Sergio Azevedo, aluno do primeiro módulo / Foto: Arquivo pessoal Sergio Azevedo, que ganhou o curso em um sorteio realizado pelo Sindicato dos Engenheiros no Estado do Ceará (Senge-CE), não tem dúvida de que a metodologia será comum para todos, assim como ocorreu com o CAD (sigla em inglês, computer-aided design, que significa “projeto assistido por computador”), usados para projetar e fabricar protótipos, produtos acabados e os processos de produção, em segunda dimensão (2D). Ele aposta que a migração das tecnologias atuais para o BIM deve ocorrer “plenamente” em 2022.
 
“Vejo o BIM como uma grande evolução que proporciona o mais alto desempenho em projetos de arquitetura e engenharia bem como na construção, possibilitando economia e agilidade na materialização do empreendimento. Caso eu ainda continuasse com saudade do cheiro exalado pelo nanquim certamente seria uma peça viva no museu da engenharia”, comentou Azevedo, que orgulha-se em ter começado na carreira com nanquim e papel vegetal.


Teodora Ximenes divulgacao internaTeodora Ximenes, presidente do Senge-CE Foto: DivulgaçãoQuem também vislumbra a consolidação do BIM no mercado é Teodora Ximenes, presidente do Senge-CE, que realizou o sorteio de 32 bolsas para o curso a seus quatro mil associados.  


“O curso de BIM é bastante procurado mas, em geral, tem um custo mais alto. Então, como foi um valor acessível pudemos bancar essas bolsas para nossos associados, cumprindo nossa vocação de contribuir com a formação da categoria. Temos recebido muitos retornos positivos dos nossos associados”, declarou a presidente do Senge-CE, que pretende manter o investimento na formação continuada.

“Vamos oferecer ainda neste ano, durante as comemorações do Dia do Engenheiro, em dezembro, uma nova formação prática, com aulas presenciais. Também em março de 2022, quando completaremos 80 anos de existência, planejamos novos benefícios aos associados”, revela.



Informações sobre o curso, como novas datas e inscrições em SEESP Educação.


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