João Guilherme Vargas Netto*
Se acreditamos na necessidade de realizar a CONCLAT em abril de 2022 precisamos começar desde já a trabalhar para seu êxito.
Ela não cairá do céu e muito menos acontecerá pelo clamor das bases – será o resultado da ação unitária, empenhada e inteligente das direções sindicais que buscarão repactuar o movimento sindical consigo mesmo e com a sociedade.
O carro do movimento (permitam-me a metáfora desgastada) precisa pegar no tranco que é a CONCLAT, sua plataforma e sua Comissão Executiva da Classe Trabalhadora.
Se as direções sindicais, em especial o corpo dirigente das seis centrais reconhecidas, concordam em dar este passo, sugiro que organizem duas comissões de trabalho que tratariam da própria organização do evento e da proposta de documento final.
Sobre a organização (a começar pela cláusula de paridade entre homens e mulheres) sugiro que o trabalho da comissão encarregada tenha como objetivo a realização de um congresso ou conferência onde se combine o presencial (restrito) e o virtual (ampliado). Sugiro que nem mesmo os cinco mil delegados da primeira CONCLAT e muito menos os 20 mil da CONCLAT do Pacaembu reúnam-se presencialmente.
A representatividade seria o resultado de um criterioso ordenamento baseado nos números atuais aferíveis que, desde as CONCLATs nas cidades grandes (CICLATs), passando pelas ENCLATs estaduais produza uma CONCLAT nacional com não mais de mil delegados presentes.
Sobre a proposta de documento final, que é a plataforma de reivindicações e repactuação, igualmente deve-se constituir uma comissão de trabalho enxuta, porém muito representativa, na qual se aproveitaria, por exemplo, a experiência de dois companheiros que admiro e nos quais confio, Clemente Ganz Lucio e Marcos Perioto, ambos com grande capacidade de produzir um texto sintético e consistente, como o fizeram ao longo dos últimos 20 anos em várias e memoráveis ocasiões.
*Consultor sindical.