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08/02/2022

Cartas da FNE para Aneel, Anatel e FNP apontam outra solução para os postes

 

Comunicação FNE

 

A Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) enviou cartas às agências nacionais de energia elétrica e de telecomunicações – Aneel e Anatel – pedindo que as propostas de mudanças na Resolução Conjunta no. 4/2014 sobre compartilhamento de postes entre distribuidoras de energia elétrica e prestadoras de serviços de telecomunicações, previstas para irem a consulta pública, sejam alteradas por não resolverem o uso desordenado desses equipamentos públicos. Para isso, a federação solicita à Aneel o cancelamento da consulta  adiada para 4 de março e ao Conselho da Anatel, a não realização de  consulta similar, até que as mudanças sugeridas sejam modificadas. 

 

 

A iniciativa junto às duas agências reguladoras foi comunicada em outra carta ao Fórum Nacional de Prefeitos (FNP), em que soluções mais efetivas sãos enfatizadas pela FNE. A carta aponta a incapacidade das agências de apresentarem uma solução ao problema do emaranhado de cabos. Por outro lado, ressalta que a ação propositiva de diversos municípios tem se mostrado eficaz, com as promulgações de leis locais. Exemplos foram apontados no trabalho desenvolvido pela federação na seção Iluminação Pública, cujo item C trata do combate ao emaranhado de cabos no espaço aéreo público e traz  orientações para elaboração de projetos de lei, inclusive uma Minuta de Projeto de Lei e justificativa à disposição dos municípios. 

 

Na seção, também é possível consultar a jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP) e do Supremo Tribunal Federal (STF), que atestam a constitucionalidade das leis municipais de combate ao emaranhado de cabos  já implantadas em diferentes cidades paulistas, seja de iniciativa do Poder Executivo, seja do Legislativo.

 

A carta à Aneel recorda a gravidade da situação relatada pela Nota Técnica 0041/2020-SRD/SMA, que já não foi resolvida pela Resolução Conjunta no 4/2014: “Ainda quanto à desocupação desordenada, o aspecto mais grave da falta de respeito às condições técnicas e de segurança para a fixação de redes de telecomunicações nos postes de distribuição é o risco para os profissionais que atuam nessas infraestruturas e para a população em geral. Não são raras as situações em que cabos de telecomunicações baixos ou caídos provocam acidentes com transeuntes ou veículos. Além disso, a instalação de cabos fora da faixa de ocupação por equipes sem preparo pode provocar sérios acidentes e até fatais.”

 

A nova redação proposta para ir à consulta, com a proposta da Aneel de regularização de 3% do passivo prioritário durante dez anos, também não sanará a grave situação descrita. Se edição da Resolução Conjunta no. 4/2014 surtiu pouco ou nenhum efeito prático para resolvê-la, a federação alerta que a  proposta de nova resolução para substituí-la teria “um efeito muito mais adverso ainda, ao perpetuar e compactuar com situações irregulares”.

 

Para a FNE, se o problema não for enfrentado em todas as não conformidades, e não apenas nos casos considerados prioritários, e o prazo para resolver o passivo não for reduzido a no máximo cinco anos, “o problema nunca irá terminar, no caso, sequer irá se atenuar”. Além disso, a federação espera a inclusão de punição em forma de multas ou até perda da autorização da Anatel para o caso de descumprimentos ou novas irregularidades. Nesses casos,  “os municípios, por lei municipal e com base em instrução de processo administrativo feito pela prefeitura ou pela distribuidora, aplicarão penalidades junto a empresas prestadoras”, recomenda a carta.

 

 

 

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