logo seesp ap 22

 

BannerAssocie se

20/04/2022

Em sua 21ª. edição, seminário do SEESP abre campanhas salariais dos engenheiros

 

Soraya Misleh/Comunicação SEESP

 

Pela primeira vez em formato híbrido (presencial e virtual), o XXI Seminário sobre Campanhas Salariais aconteceu na tarde desta terça-feira (19/4), com presenças e falas a partir do auditório da sede do sindicato, na Capital, e de plataforma online. O evento foi transmitido ao vivo pelo Youtube e Facebook da entidade.

 

Participação de dirigentes sindicais e empresas no auditório do SEESP e em sala virtual. Foto: Rita Casaro 

Realizado tradicionalmente pelo SEESP ano a ano com o intuito de sedimentar o caminho para as negociações rumo a bons acordos e convenções coletivas de trabalho, o evento reuniu mais uma vez dezenas de dirigentes do sindicato e seus interlocutores nas empresas e entidades patronais.

 

Estiveram presentes, além de representantes da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e do Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva, regional São Paulo (Sinaenco-SP), das empresas energéticas (ISA-Cteep, Enel, Elektro, CPFL, Comgás, Emae e CTG Brasil), de transporte e mobilidade urbana (CPTM, SPTrans, CET e Metrô), de telecomunicações (Telefônica/Vivo), de saneamento (Sabesp) e de metalurgia (Usiminas). Também prestigiou o evento o diretor do Sindicato dos Advogados do Estado de São Paulo (Sasp), Norberto Pereira Maia.

 

Murilo Pinheiro: seminário é exemplo ao País de trabalho, participação e democracia. Foto: Rita Casaro

 

À abertura, Murilo Pinheiro destacou o pioneirismo da iniciativa em formato híbrido – como contribuição para evitar aglomerações num quadro em que a pandemia ainda requer cuidados – e sua importância: “Este é o 21º. Seminário sobre Campanhas Salariais, um evento que deu ao País um exemplo de trabalho, democracia e participação.” Agradecendo a presença de cada um dos dirigentes do SEESP e representantes da empresa, ele acrescentou a premência do sindicato, que tem “forte participação na defesa dos engenheiros, da tecnologia e do desenvolvimento tecnológico”.

 

Enquanto legítimo representante dos mais de 200 mil profissionais da categoria no Estado de São Paulo, reúne, como frisou, 400 diretores, 25 subsedes no interior e 66 mil associados. As negociações abrangem mais de 100 mil engenheiros, cujas datas-bases se concentram sobretudo em 1º. de maio e 1º. de junho.

 

Confira aqui a relação de datas-bases, acordos e convenções coletivas

 

A conjuntura e seus desafios

 

Consultor sindical e analista político, João Guilherme Vargas Netto apresentou a “muito difícil conjuntura brasileira” em que se realizarão as negociações coletivas deste ano, nos âmbitos sanitário, ante a preocupação de retomada da disseminação da Covid-19, como tem ocorrido nos Estados Unidos e na China; social, com desemprego altíssimo, subemprego, precarização, trabalhos intermitente, a distância e por aplicativos; e econômico, com um “crescimento que rateia, além de inflação alta, persistente e resistente que provoca aumento de juros, e carestia”.

 

O ano eleitoral acrescenta tempero extra nessa equação. A disputa para a Presidência da República, como analisa o jornalista Antonio Augusto de Queiroz (Toninho), diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), será polarizada e terá “caráter plebiscitário” – o que dominará os debates no País nos próximos meses. No Parlamento, mudanças na legislação devem implicar baixa renovação das cadeiras na Câmara dos Deputados. A despeito disso, ele sugeriu: “É o momento de eleger um Congresso menos atrasado e mais sensível do ponto de vista social.” E sinalizou: “A pandemia e a guerra mostraram a necessidade de fortalecimento da economia local.”

 

Toninho, do Diap, na sala virtual, apresenta perspectivas para as eleições deste ano. Foto: Rita Casaro 

Em face desses desafios, Vargas Netto pontuou: “O movimento sindical procura enfrentar os problemas buscando representatividade e unidade de ação.” Expressão disso é a realização no último dia 7 de abril de mais uma edição da Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat), da qual o SEESP participou e ratificou pauta que traz demandas por um país mais democrático, desenvolvido, com mais emprego e garantia de vida digna. Esta, como lembrou Vargas Netto, foi apresentada a representantes dos poderes Legislativo e Executivo na sequência, “para seu reconhecimento e trabalho mútuo”.

 

Conheça aqui a Pauta da Classe Trabalhadora

 

Ele enfatizou ainda a importância de se trabalhar conjuntamente com a plataforma dos engenheiros em prol do desenvolvimento nacional sustentável com inclusão social e valorização profissional: o projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, iniciativa da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) que conta com a adesão do sindicato.

 

Para as campanhas salariais deste ano, com base na experiência exitosa do SEESP de 21 anos de realização do seminário e “competência dos nossos dirigentes na condução das negociações”, Vargas Netto recomendou “recolher junto aos engenheiros suas preocupações reais e efetivas. A partir daí, não adotar nem uma posição intransigente nem relaxada, mas consequente e consciente, atenta à realidade”.

 

E concluiu: “Apesar das dificuldades, acredito que obtenhamos resultados corretos, bons e efetivos, ajudando a referendar o papel dos engenheiros nas empresas e também a estas, em virtude da boa negociação experimentada na nossa atividade sindical.”

 

Honrando a tradição do SEESP de entidade cidadã, Murilo aproveitou ainda o seminário para anunciar que em breve será apresentado o projeto “Engenharia Solidária”: “Vamos convidar todas as empresas para que participem e contribuam cada vez mais com a sociedade.” Coordenadora do Núcleo Jovem Engenheiro do sindicato, Marcellie Dessimoni reforçou o convite à iniciativa em prol da população, que “está sendo gestada dentro do SEESP”.

 

Saudações das empresas e dirigentes sindicais

 

Sinalização positiva e demonstração de boa vontade estiveram presentes nas falas de representantes das empresas e entidades patronais. Entre eles, o diretor de Relações Internas da SPTrans, Rodney Caetano da Silva, que salientou: “Devemos achar um ponto de equilíbrio [nas negociações].” Aproveitou ainda para saudar a iniciativa de realização do simpósio sobre teletrabalho, que contribuiu para a adequação da modalidade na empresa municipal. A iniciativa resultou na elaboração de cartilha sobre o tema, publicada em outubro de 2021, que o diretor do SEESP Fernando Palmezan Netto fez questão de citar e colocar à disposição das empresas.

 

Confira aqui a cartilha “Teletrabalho e home office: regras e direitos”

 

Já Ana Cristina Russo, Gerente de Recursos Humanos da Sabesp, aproveitou o ensejo para informar que as negociações coletivas entre os sindicatos e a empresa já tiveram início. Nesse sentido frisou o esforço para que “sejam atendidas as reivindicações e melhorar a qualidade de vida dos empregados”.

 

Na mesma linha, Marcos Jurado Rosa, representando no ensejo o Diretor Administrativo do Metrô, comunicou que já houve duas reuniões de negociações entre o SEESP e a empresa, que garantiu reconhecer “a importância da engenharia para a cidade de São Paulo e o avanço significativo que proporciona na melhoria da qualidade de vida da população. Sempre traz tecnologias inovadoras para o sistema de alta densidade, que é referência internacional”. Assim, assegurou a busca nestas campanhas salariais de alcançar o “ganha-ganha” – ou seja, resultados satisfatórios para o Metrô e para seus profissionais. Diretor do SEESP que negocia com a empresa, Ubirajara Tannuri Felix, tem a perspectiva de que se chegue a bom termo já na segunda quinzena de maio.

 

Busca por um resultado equilibrado nas negociações de 2022 é ainda o que almeja Márcio Afonso, gerente de Relações Trabalhistas e Sindicais da Telefônica/Vivo. “O cenário é desafiador. Temos que encontrar alternativas”, avaliou.

Advogada da Fiesp e sua representante na interlocução com os sindicatos, Mariane Almendro também fez questão de destacar que “o setor industrial valoriza a presença dos engenheiros. Reconhecemos sua importância nas negociações coletivas e estamos abertos para começarmos em breve esse processo”.

 

Camila Ribeiro: otimismo com resultados das negociações coletivas. Foto: Rita Casaro

 

Pelo Sinaenco-SP, a também advogada Carolina Ribeiro revelou seu “apreço pelo sindicato sério e representativo da categoria, que sempre se posiciona com rigidez, energia e brilhantismo nas negociações”. Por fim, afirmou estar “a postos” para iniciar esse processo e otimista com seus resultados neste ano.

 

Paula Francinete da Silva Meneses, do Departamento de Pessoas e Cultura – Remuneração e Benefícios da Comgás, igualmente valorizou o trabalho com os engenheiros e a negociação com o SEESP. “Este evento vai ajudar em muito nos entendimentos”, concluiu.

 

Gerente de Relações Sindicais da ISA-Cteep, Paulo Roslindo também elogiou a realização do seminário como atividade em que “só aprendemos, cada vez mais” e a postura “muito respeitosa” do SEESP à mesa de negociações. “Estamos de portas abertas”, asseverou.

 

Flávio Aliaga de Oliveira, do Departamento de Relações Trabalhistas da CPFL, ratificou essa percepção, saudou a parceria com o SEESP, em especial sua Delegacia em Campinas, e colocou a empresa à disposição da entidade.

 

Flávio Aliaga de Oliveira, da CPFL: parceria e disposição. Foto: Rita Casaro

 

Diretora do sindicato, Silvana Guarnieri trouxe a importância dos engenheiros para a elevação do desempenho das empresas e para a sociedade, lembrando tema importante de se alcançar conquistas para a equidade de gênero: “Ainda há diferenças salariais em relação às mulheres, e precisamos avançar.” Também dirigente do SEESP, Alberto Pereira Luz reiterou que o diálogo e o relacionamento contribuem “para o crescimento dos engenheiros e da engenharia, mas também das nossas empresas”.

 

Silvana Guarnieri: luta por equidade de gênero nas empresas. Foto: Rita Casaro 

Essa é a visão expressa por Norberto Maia: “Governos passam, mas esses profissionais é que fazem com que a empresa se torne um bem da sociedade.” Murilo concluiu: “Venham nos ajudar a fazer da engenharia a locomotiva para o crescimento deste país.”

 

Assista ao XXI Seminário sobre Campanhas Salariais na íntegra:

 

 

 

Lido 1010 vezes
Gostou deste conteúdo? Compartilhe e comente:
Adicionar comentário

Receba o SEESP Notícias *

agenda