Jéssica Silva/Comunicação SEESP
Em mais um debate do ciclo “A engenharia, o Estado e o País”, o SEESP recebeu, em sua sede na capital paulista, o candidato ao Senado Antonio Carlos (PCO) e a suplente Adonize Ribeiro. A atividade na manhã da sexta-feira (2/9) foi transmitida online pela página do sindicato no Facebook e canal no Youtube.
Iniciativa já tradicional da entidade, o ciclo de debates, como sempre, se pauta por critérios democráticos, incluindo todos os partidos, independentemente de representação no Congresso. Os eventos serão programados até setembro, em acordo com a agenda dos (as) candidatos (as) que aceitarem o convite do SEESP.
Carlos é professor da rede pública estadual há cerca de 30 anos e há 40 é militante no movimento da classe operária, tendo começado sua atuação por meio das Comunidades Eclesiais de Base da Igreja Católica.
Ele iniciou sua fala agradecendo e elogiando a iniciativa de abertura do sindicato a todos os candidatos. “Essa é uma casa de luta. O SEESP é um sindicato que tem uma participação ativa em muitos movimentos importantes da nossa sociedade”, afirmou Carlos.
O candidato destacou a presença política do PCO nos últimos anos, sobretudo na mobilização contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, que classificou como um golpe “contra todo o povo brasileiro”. “E se a gente olhar as consequências não tem dúvidas disso”, referiu-se ao atual governo que, em sua visão, é “de entrega, de devastação nacional”.
Nesse sentido, criticou as instituições do setor financeiro que, apesar de levantaram bandeira em favor da democracia recentemente, apoiaram o cenário político atual. Ele enfatizou: “Foram os mesmos que colocaram um pato amarelo na Fiesp [...] que no ano passado sugaram 1,2 trilhão do orçamento público. Quando não tem dinheiro para obra, não pode contratar serviços de engenharia, é porque os bancos estão sugando 51% do orçamento”.
Medidas
Carlos afirmou que o programa de sua candidatura e do partido é em defesa da economia nacional e destacou a importância do desenvolvimento do País para geração de empregos. Como uma das medidas-chaves falou sobre a reestatização da Petrobras, que tem hoje “72% das ações nas mãos de especuladores da iniciativa privada”.
“A Petrobras distribuiu mais 280 bilhões de dividendos enquanto a gente pagava R$ 7,00 na gasolina, e a mídia falava que o governo recebia dinheiro. O governo recebe cerca de um terço, os outros dois vão para acionistas e a maioria deles estrangeiros”, ressaltou.
Na análise do candidato a nacionalização da empresa e do petróleo são fundamentais. “Se não, vamos nos transformar numa Nigéria, onde o país é rico em petróleo, mas o povo é miserável, passa fome”.
Ele externou: “Já estamos um pouco nessa situação quando se fala que no País tem 123 milhões de pessoas com insuficiência alimentar, que é um nome bonito para falar fome [...] A situação que se impôs ao País é miserável, um país rico que poderia nesse momento estar ganhando muito dinheiro com a alta do petróleo, poderia ter favorecido a economia nacional. E não favoreceu nada, porque essa economia está entregue”.
Debate
Os engenheiros e os demais presentes no debate puderam fazer ao candidato perguntas e apontamentos. Sobre as propostas de campanhas que, quando implantadas, não perduram com as alternâncias de governos, Carlos lamentou “que não é a sociedade que dita as necessidades, são os interesses dos setores econômicos”.
Nessa perspectiva, ele defendeu a participação da sociedade em todos os debates, citando como exemplo a escola em que trabalha que, com a forte atuação de alunos e comunidade, resistiu ao decreto de fechamento do Governo do Estado de São Paulo, em meados de 2015/2016.
“Eu gostaria que você, estando no Senado, brigasse também pela carreira de Estado do engenheiro. Essa carreira pública é fundamental para a continuidade do desenvolvimento, do crescimento do País”, pediu ao final do debate o presidente do SEESP, Murilo Pinheiro, referindo-se ao PLC 13/2013.
Confira a participação de Antonio Carlos no ciclo “A engenharia, o Estado e o País” na íntegra: