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12/09/2022

Revogar reformas e reestatizar empresas para sanar fome e desemprego, propõem candidatos do PSTU

Jéssica Silva/Comunicação SEESP 

 

Na tarde da quinta-feira (8/9), o SEESP recebeu no ciclo de debates “A engenharia, o Estado e o País” os candidatos do PSTU à Presidência Vera Lúcia, ao Governo de São Paulo Altino Prazeres, e ao Senado (mandato coletivo) Mancha e Soraya Misleh. O evento aconteceu online pela página do sindicato no Facebook e canal no Youtube.

 

A tradicional iniciativa da entidade se pauta por critérios democráticos, incluindo todos os partidos, independentemente de representação no Congresso. Os eventos serão programados até setembro, em acordo com a agenda dos (as) candidatos (as) que aceitarem o convite do SEESP.

 

Vera DebatesPSTU 080922Vera iniciou sua fala introduzindo o programa de gestão elaborado pelo partido e, segundo contou, extraído da realidade da classe trabalhadora. Em sua análise colocou em cheque o modelo de sociedade atual, responsável pela degradação das condições de vida dos trabalhadores brasileiros e do mundo.

 

“Estamos falando de mortes que poderiam ser evitadas na casa de quase 15 milhões mundialmente e que aqui no Brasil é de quase 700 mil [...] estamos falando da fome em meio a abundancia”, frisou. Ela também destacou o crescente número de desempregados: “cerca de 50 milhões de trabalhadores que não estão fazendo absolutamente nada no País e 38 milhões na informalidade [...] uma sociedade como essa não deu certo, o capitalismo está num grau de degeneração que está levando a classe trabalhadora brasileira e mundial à barbárie”.

 

Nesse contexto, Vera afirmou que atuará prioritariamente se eleita para revogar as reformas trabalhista e previdenciária além do teto dos gastos públicos, medidas que em sua visão “tirou direitos da classe trabalhadora, degradou as condições de trabalho para favorecer um punhado de grandes empresários e bancos”.

 

Vera pretende garantir um salário mínimo a todos os desempregados até que esses entrem no mercado de trabalho. Para esse projeto, conforme contou, utilizaria os recursos da União que são destinados à dívida pública. “A gente faz uma auditoria e depois vê como que faz um plano de pagamento se dever. E se os bancos deverem, fazer um plano de devolução”, disse.

 

Também propôs angariar recursos taxando grandes fortunas e reestatizando empresas que foram privatizadas. “São empresas estratégicas, indústrias de base para o desenvolvimento do próprio País que os governos estão entregando aos capitalistas privados, principalmente aos grandes capitalistas internacionais”, criticou.

 

Dessa forma seria subsidiado o plano de obras públicas da candidata, que tem medidas de ampliação do saneamento básico, construção de creches, escolas, hospitais e moradias. Vera deixou claro que o foco principal de sua gestão será a classe trabalhadora.

 

“E um programa como esse vai se confrontar com os interesses capitalistas dos banqueiros, latifundiários, dos grandes empresários industriais, dos grandes comerciantes. Por outro lado, é o caminho possível e necessário para resolver os problemas graves que nós vivenciamos hoje”, ela enfatizou.

 

Altino DebatePSTU 080922Estado

O candidato ao Governo de São Paulo Altino lembrou que durante a pandemia houve um veloz aumento das riquezas de grandes bilionários enquanto os trabalhadores sofreram as consequências de uma crescente inflação.  

 

“Os quatro maiores bancos aumentaram a riqueza em 20,05% [...] Os metroviários, a categoria dos engenheiros nas diversas empresas, a gente consegue com muita luta 8%, 11% de reajuste para doze meses, e mesmo assim, a gente não consegue recuperar nosso poder de compra. E vários trabalhadores sem esse poder sindical não consegue nada”, comparou.

 

O operador de tráfego, que trabalha há 27 anos no Metrô, falou sobre a privatização das linhas 4 e 5. “Na prática, o que a gente viu foi escoar dinheiro dos trabalhadores, da população, dos impostos, das tarifas, exatamente para os grandes empresários”, avaliou.

 

Segundo ele, 60% do valor das tarifas vai para a SPTrans e o restante para a linha 4 do Metrô e as 8 e 9 da CPTM. Seu plano de governo contempla a reestatização das linhas e “não permitir que haja uma sangria do dinheiro público para as empresas privadas”. Altino propõe ainda o desenvolvimento de uma empresa estatal para produção de metrôs e ferrovias, para expandir o modal na cidade e a malha ferroviária no estado.

 

Soraya DebatePSTU 080922Senado

O PSTU apresenta ao Senado uma candidatura de mandato coletivo com o metalúrgico Luis Carlos Prates, o “Mancha”, a jornalista Soraya Misleh e a advogada Eliana Ferreira. Filha de pai palestino expulso aos 13 de sua terra natal conforme contou, Misleh trouxe ao debate a questão do internacionalismo – um dos pilares do programa de governo do partido.

 

“Tem um entendimento de que essa é uma causa da humanidade, por justiça e contra toda forma de opressão”, ela afirmou. Segundo dados apresentados pela candidata, em 2013, foi atingido um número superior a 50 milhões de refugiados no mundo, “o maior número pós-segunda guerra mundial”.

 

Em 2020, durante a pandemia, entraram no Brasil 26 mil refugiados. Em 2021, de 29 mil pedidos de refúgio foram aceitos apenas 3.086. “Muitas vezes numa crise como a que estamos vivendo tem uma ideologia contra refugiados e imigrantes. Se joga um trabalhador contra o outro, aquele que tá chegando vai roubar o nosso emprego [...] nenhum refugiado escolhe deixar a sua terra, e no caso dos palestinos eles não têm nem para onde voltar”, apontou Misleh.

 

Já Mancha destacou em sua fala a situação dos trabalhadores e do Brasil com o “processo de desindustrialização” intensificado com a pandemia. “Nós assistimos ao fechamento da Ford, da Toyota [...] um setor de ponta da economia nacional e do nosso estado”, destacou.  

 

Mancha DebatePSTU 080922Ele havia participado de assembleia dos trabalhadores da Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo, na quinta-feira (8/9), em que foi deliberado por greve após o anúncio de demissões. Mancha criticou o que em sua visão é o papel reservado ao País, o de “produzir mão de obra escrava e serviço de baixo valor agregado”.

 

E externou: “Por isso é necessário ter um projeto que não pegue apenas as questões imediatas, que são muito importantes, mas que também aponte uma perspectiva de estratégia para País no polo tecnológico, de mudança na maneira como se produz, de como se apropria do que se produz [...] Para enfrentar essa situação é preciso dizer que não se pode ter mais demissões, é preciso ter uma lei que garanta estabilidade no emprego para os trabalhadores”.

 

Valorização do salário mínimo, preservação do meio ambiente, demarcação de terras indígenas e outras pautas foram abordadas no debate. Confira a íntegra:

 

 

 

 

 

 

 

 

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