logo seesp ap 22

 

BannerAssocie se

16/12/2022

Engenharia de Produção para retomar o desenvolvimento

Jéssica Silva – Comunicação SEESP

 

A reindustrialização do País tem sido pauta frequente nas discussões dos engenheiros, seja pela ampliação de empregos e oportunidades, bem como para a retomada do desenvolvimento nacional. Só nos últimos seis anos, mais de 30 mil fábricas foram fechadas no Brasil, uma média de 17 por dia, segundo números da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

 

“Neste momento, a Engenharia de Produção brasileira tem um papel fundamental de reverter esta tendência com soluções criativas em tempos de guerra”, defende o representante da modalidade, que é professor adjunto da Universidade Federal Fluminense (UFF), Marco Aurélio Cabral Pinto.

 

MarcoAurélio 450O engenheiro Marco Aurélio Cabral Pinto. Foto: Beatriz Arruda/Acervo SEESP.Consultor do projeto Cresce Brasil +Engenharia +Desenvolvimento, ele destaca a importância do Engenheiro de Produção na tomada de decisão empresarial “em linhas com os interesses de longo prazo do País”. Esses atuam no projeto, implantação, operação, otimização e manutenção de sistemas integrados de produção de bens e serviços, conforme o Guia das Engenharias. Ainda, incorporam aos setores produtivos conceitos, técnicas e ferramentas da qualidade administrativa.

 

De acordo com o Mapa da Profissão, organizado pela área Oportunidades na Engenharia do SEESP, a modalidade foi regulamentada no Brasil em 1983 e atualmente conta com mais de 56 mil profissionais com registros ativos no Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea).

 

“A Engenharia de Produção surgiu na minha vida como área do conhecimento que combina competências tecnológicas e gerenciais”, conta Cabral Pinto em entrevista ao sindicato, em celebração ao Dia Do Engenheiro de Produção, comemorado neste 17 de dezembro. Confira.

 

Como o senhor chegou à Engenharia de Produção?

A Engenharia de Produção surgiu na minha vida como área do conhecimento que combina competências tecnológicas e gerenciais. Com isso, pude ingressar como docente na universidade pública em 1999 e, desde então, ajudar os engenheiros a se equiparem para a tomada de decisões empresariais em linha com os interesses de longo prazo do País. Tenho mestrado em Administração de Empresas pelo Instituto Coppead da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e doutorado em Economia Industrial pelo Instituto de Economia da UFRJ.

 

O senhor também atua na área?

Sou engenheiro no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A rotina de trabalho que tem me ocupado há algum tempo é a análise socioambiental de projetos de infraestrutura. Envolve o conhecimento do arcabouço legal-institucional socioambiental, o conhecimento sobre técnicas de análise empresarial e setorial e, por fim, informações sobre os projetos de infraestrutura e seus impactos no entorno. As visitas técnicas complementam as informações disponíveis e subsidiam as recomendações e contrapartidas.

 

Como é o mercado de trabalho para o Engenheiro de Produção?

A engenharia de produção depende dos investimentos na indústria e na infraestrutura. Nos anos que se avizinham este é o desafio do País e o engenheiro de produção será fundamental neste processo. A expansão do comércio exterior, para os produtos intensivos em tecnologia, com os bens de capital, é condição de sobrevivência das empresas em longo prazo. Temos que cuidar da inserção dos produtos brasileiros em espaço já preenchido pela concorrência internacional.

 

O Brasil tem vivido nos últimos anos um processo de desindustrialização, grandes empresas diminuíram suas fábricas ou até mesmo fecharam as portas. Qual sua visão sobre essa questão?

A desindustrialização brasileira data os últimos 40 anos e se acelerou desde a ruptura política de 2015/16. Desde então, somaram-se crises políticas a uma onda de choque internacional – a Covid-19. O impacto sobre a atividade industrial no Brasil tem sido dramático desde então. As megacorporações internacionais que protagonizaram a industrialização até os anos 80 no Brasil têm enxugado capacidade com concentração de empregos nos países de origem. Neste momento, a Engenharia de Produção brasileira tem um papel fundamental, de reverter esta tendência com soluções criativas em tempos de guerra. Possivelmente, o Brasil experimentará novamente condições para substituição de importações em alguns anos. Melhor que este processo seja objeto de planejamento antecipado, que resulte de estimativas macroeconômicas, mas principalmente de fortalecimento das instâncias meso e microeconômicas.

 

 

 

 

 

  

Lido 916 vezes
Gostou deste conteúdo? Compartilhe e comente:
Adicionar comentário

Receba o SEESP Notícias *

agenda