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20/03/2023

No Dia Mundial da Água, trabalhadores realizam jornada de luta contra a privatização

FNU*

 

Trabalhadores e trabalhadoras dos setores de saneamento e energia elétrica se preparam para mais uma agenda de luta em defesa da água como bem pública e pela revogação da privatização da Eletrobras.

 

Sob o lema “Água e Energia não são Mercadorias!”, no dia 22 de março, Dia Mundial da Água, urbanitários de todo o Brasil preparam uma agenda (ver programação abaixo) de luta para denunciar a crescente mercantilização desses dois serviços essenciais: água e energia elétrica; com o apoio de diversas entidades representativas, entre elas o SEESP.

 

O Dia Mundial da Água é comemorado em 22 de março e apresenta como objetivo colocar em discussão assuntos importantes relacionados com esse recurso natural. Como sabemos, a vida no planeta só é possível graças à presença de água, desse modo, cuidar das fontes de água é fundamental para a nossa sobrevivência. O corpo humano, por exemplo, necessita de água para diversos processos, como a manutenção da temperatura corpórea e o transporte de substâncias.

 

Os trabalhadores defendem que é preciso reconhecer a água como um direito fundamental à vida, vista sob a ótica social, e não sob a ótica do capital, uma vez que ela é essencial para a sobrevivência humana e, a partir daí, tratar o acesso à água e ao saneamento como prioridade para todos. Por isso, a data será marcada por forte agenda de luta em todo Brasil.

 

Confira a agenda já confirmada (outros estados estão construindo seus atos):

 

São Paulo – SP

• 6h - Distribuição de Carta Aberta “Diga Não à Privatização da Sabesp e do Metrô”, nas Estações do Metrô de São Paulo

• 8h - Tuitaço #ÁguaÉDireito #ÁguaÉdoPovo

• 11h - Entrega de Carta em defesa da Água como bem público na Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP)

• 13h - Ato em frente à Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP)

• 15h - Audiência Pública na Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP)

 

Salvador – BA

• 15h – Grito pela Água – tradicional caminhada da população baiana e movimentos sociais e sindicais em defesa do direito à água, saindo do Campo Grande até a Praça Castro Alves

 

Porto Alegre – RS

• 12h -  Lançamento do Fórum Popular em Defesa da Água - Praça da Matriz

 

Aracaju – SE

• 7h – Ato contra a privatização da DESO (companhia de saneamento de Sergipe) e  4ª Caminhada da Água, com movimentos sindical, social e popular - Concentração em frente a portaria da DESO - rua Campo de Brito, Bairro 13 de Julho

 

Brasília – DF

• 8h30 - Seminário Nacional "Perspectivas da luta da água no Brasil" - Anexo 4 da Cãmara dos Deputados - Sala Freitas Nobre

• 11h30 - Lançamento do livro "Mercantilização da água: Análise da privatização do Saneamento de Teresina-PI", autora: Dalila Calisto - Anexo 4 da Câmara dos Deputados - Sala Freitas Nobre

 

Alerta à população

A iniciativa se soma às lutas já empreendidas pelos urbanitários no Fevereiro Azul e tem como objetivo esclarecer à população sobre os impactos das privatizações das empresas públicas. Enquanto diversas cidades do mundo estão reestatizando empresas de energia e de água e esgoto, aqui no Brasil governos como o de São Paulo querem destruir nosso patrimônio para garantir o lucro da iniciativa privada.

 

O Rio de Janeiro, por exemplo, está pagando caro desde que o governo estadual privatizou a Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), já a população para uma conta de água 71% mais cara que em São Paulo. Vale lembrar que a privatização da Cedae contou com o apoio de Tarcísio de Freitas e Jair Bolsonaro, e gerou a demissão de 1,8 mil trabalhadores. Mesma situação sofre a população de Manaus (AM), apenas 13% dos manauaras têm acesso ao serviço de esgoto e a população sofre com a péssima qualidade da água e com o aumento da tarifa.

 

Pela revisão do Marco Regulatório do Saneamento

Desde que foi aprovada a lei que alterou o marco legal do saneamento (a Lei Federal 14.026/2020) abriu caminho para que as empresas públicas de saneamento fossem privatizadas, acabando com o mecanismo do subsídio cruzado, ou seja, quando os municípios mais ricos ajudam, em parte, os serviços dos municípios mais pobres.

 

Com o saneamento na lógica do mercado, que visa apenas o lucro e a distribuição de dividendos aos seus acionistas, a universalização dos serviços fica cada dia mais distante, ou seja, a população que não pode pagar pelas tarifas, simplesmente, deixa de ter o direito ao bem essencial. Por isso, as entidades representativas dos urbanitários somam força para pressionar o governo a rever o Marco Regulatório do Saneamento.

 

 

 

Água como direito FNU

 

 

 

 

 

 

*Federação Nacional dos Urbanitários (FNU)

 

 

 

 

 

 

 

 

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