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03/07/2023

SEESP participa de seminário em defesa do transporte metroferroviário

 

Soraya Misleh/Comunicação SEESP

 

No dia 29 de junho último aconteceu na sede do SEESP, na Capital, o Seminário em defesa do transporte metroferroviário, que jogou luz sobre os efeitos nefastos de privatização do Metrô e da CPTM. Exemplo amplamente citado são as dezenas de falhas nas linhas de trens 8 e 9, concedidas à Via Mobilidade desde 2021.

 

O evento contou com a participação de dirigentes dos sindicatos das categorias (além dos engenheiros, metroviários e ferroviários), de trabalhadores e técnicos do setor, dos deputados federal Carlos Zarattini e estaduais Simão Pedro e Donato, além dos vereadores Luna Zarattini e João Ananias. Também se fizeram presentes moradores de bairros periféricos da Capital. Murilo Pinheiro, presidente do SEESP, prestigiou a abertura do seminário.

 

O governador do Estado, Tarcísio de Freitas, já contratou estudos para a privatização de todas as linhas remanescentes da CPTM e promete fazer o mesmo em relação às linhas 1, 2 e 3 do Metrô.

 

Seminário apresenta graves consequências com privatizações no transporte metroferroviário. Fotos: Soraya Misleh

 

Logo ao início da atividade, o deputado federal Carlos Zarattini apresentou reportagem exibida pela TV Globo em 14 de maio último elucidativa: superlotação, atrasos, panes, descarrilhamentos, falta de investimentos são a regra, de São Paulo ao Rio de Janeiro, após as desestatizações.

 

Na plateia, engenheiros, moradores de bairros periféricos da Capital e trabalhadores do setor.

 

Na Região Metropolitana do estado fluminense, a Mitsui, empresa japonesa que detêm a concessão da malha ferroviária da Supervia desde 2019, enviou ofício ao governo em abril deste ano afirmando que sairá da operação do serviço.

 

Precarização nos trens

Delegado sindical do SEESP na CPTM, Luiz Roberto de Oliveira traçou comparativo entre o serviço “de excelência” prestado por essa companhia pública e a Via Mobilidade, em que “o sistema está sendo precarizado”.

 

Ele descreveu: “Hoje as cinco linhas operadas pela CPTM, com 6 mil empregados, dos quais mais de 300 engenheiros, têm mais de 85% de satisfação dos usuários. Mesmo assim o governo pretende privatizar, o que não traz bom resultado. O Ministério Público já cobra da concessionária resultado diferente do que está posto. São mais de 60 pontos críticos.”

 

Luiz Roberto de Oliveira, delegado sindical do SEESP na CPTM.

 

Oliveira ensina que “conforme se deixa de fazer manutenção, a qualidade do sistema se degrada ao longo do tempo. E cada vez que se tem um ponto crítico, tem que reduzir a velocidade. Daqui a pouco vai para 20, 30km, e o trem vai acumulando o tempo de viagem, tem-se superlotação nas composições”.

 

O delegado sindical do SEESP observa que tem havido falha inclusive em sistema novo da Via Mobilidade. “São mais de seis descarrilhamentos em um ano. O risco é de acidentes graves. É preciso retornar a operação para a CPTM, além de não prosperarem novas concessões. Há motivos de sobra para isso”, concluiu.

 

Risco à segurança no Metrô

Diretor do sindicato, Nestor Tupinambá trouxe sua experiência durante 47 anos como engenheiro da companhia, revelando a excelência de sua operação e quadro técnico, em contraposição a situações verificadas após concessões ou parcerias público-privadas, caso do acidente no começo de 2022 em obra da Linha 6 (São Joaquim-Brasilândia) que abriu cratera na Marginal Tietê.

 

Nestor Tupinambá, diretor do sindicato e engenheiro aposentado do Metrô.

 

Ele alertou que transporte de alta capacidade precisa ser subsidiado por “contrato social” e se contrapõe à lógica de obtenção de lucro da iniciativa privada em serviço público essencial.

 

Nesse sentido, questiona se a concessionária reverteria faturamento em investimento e faria o que tem sido marca na história do Metrô: arcar com custos para desenvolver o entorno ou utilizar a melhor solução tecnológica em obras complexas, cujo custo é mais elevado, para evitar problemas futuros. Os exemplos deletérios de privatizações no setor metroferroviário apresentados durante o seminário dão a resposta.

 

Por essa razão, como Zarattini resumiu ao final, a proposta é constituir um comitê de lutas contra a privatização da CPTM e do Metrô, com participação dos parlamentares e em unidade de ação entre as entidades. Ação fundamental é dialogar com a população sobre os impactos em sua vida com a desestatização pretendida pelo Governo do Estado.

 

Confira o seminário na íntegra:

 

 

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