logo seesp ap 22

 

BannerAssocie se

12/09/2023

 

Indústria competitiva demanda inovação

 

Precocemente encolhido, setor tem entre suas fragilidades o baixo desempenho no desenvolvimento de produtos e processos. É, portanto, ótima notícia o anúncio de recursos para investimentos na área, mas é essencial que as medidas pontuais se convertam em política de Estado permanente.

 

Um levantamento realizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), visando identificar os empecilhos à recuperação do setor, incluiu, como era de se esperar, “inovação e pesquisa” entre os 14 grandes temas identificados. A maioria das 413 empresas (pequenas, médias e grandes) que responderam ao questionário listou como principais problemas para avançar nesse campo a falta de incentivo, o desconhecimento de linhas de financiamento disponíveis e o custo das que são divulgadas, baixa integração universidade-empresa e insuficiência de programas de capacitação para as companhias.

 

O estudo, desenvolvido para a proposição de políticas públicas no âmbito estadual, pode ser visto também como sinalização para ações nacionais, tendo em vista a relevância da indústria paulista e a probabilidade de que as empresas das demais unidades da Federação enfrentem obstáculos parecidos.

 

É o que aponta, por exemplo, a edição deste ano do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”. Intitulada “Hora de avançar – Propostas para uma nação soberana, próspera e com justiça social”, a publicação aborda com ênfase a necessidade de promover a nova industrialização e o papel de pesquisa e desenvolvimento nessa meta. O mote da nota técnica do professor Marcelo Zuffo que embasa o documento é exatamente fazer girar a “hélice tríplice”, ou seja, o “modelo consolidado de inovação e empreendedorismo em que universidades, indústria e governo interagem intimamente para promover o desenvolvimento”.  

 

Nesse contexto, entre as medidas propostas, estão ampliar os investimentos públicos e privados em pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) ao patamar acima de 2% do Produto Interno Bruto (PIB); garantir recursos às agências de fomento federais e estaduais para promover a pesquisa e o ensino superior; efetivar com medidas jurídicas e institucionais as parcerias necessárias para se atingirem resultados relevantes; e aliar a agenda ambiental àquela ligada às novas tecnologias, aproveitando as vantagens estratégicas nacionais em disponibilidade de energia limpa e recursos naturais.

 

Assim, foi mais que bem-vindo o anúncio feito no final de agosto pelo vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, de R$ 66 bilhões para investimentos em inovação. Oriundos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), os financiamentos terão juros de 4% com prazo de pagamento de 16 anos. Uma parte do montante disponibilizado, R$ 16 bilhões, será concedida por editais, sem necessidade de devolução pelos beneficiados.

 

Fundamental para que as empresas e a sociedade tirem o melhor proveito dos investimentos a serem feitos é que as demais questões levantadas pela indústria e também apontadas por especialistas, a exemplo dos consultores do “Cresce Brasil”, sejam contempladas numa política nacional de inovação efetiva.

 

Recuperar sua indústria, precocemente encolhida, é tarefa urgente para o País, que precisa ter um projeto de desenvolvimento de longo prazo que garanta qualificação da mão de obra com ampliação significativa de sua renda média e que assegure sua inserção qualificada no mercado global.

 

 

Eng. Murilo Pinheiro – Presidente

Lido 2223 vezes
Gostou deste conteúdo? Compartilhe e comente:
Comentários  
# EngenheiroNestor Soares Tupina 12-09-2023 16:49
Eng Murilo tem toda a razao.
Em 2010 tinhamos 30% no PIB Industrial.
Hoje temos 11%.
Perdemos os melhores em pregos, tecnologia, dinheiro e, até, independência.
Responder
# EngenheiroNestor Soares Tupina 12-09-2023 16:44
Eng Murilo tem razão. Em 2010 o PIB Industrial era 30% do geral . Hoje é 11%.
Perdem se os melhores empregos, perde se tecnologis, crescimento e, até, independência!
Responder
# P&DIFernando Palmezan Ne 12-09-2023 11:14
Sem uma política de Estado relativa a pesquisa, desenvolvimento e inovação, ficaremos sempre dependentes do mercado externo. Nossos cientistas migrando para outros paises e o Brasil vendendo commodities. Muito boa a matéria.
Responder
Adicionar comentário

Receba o SEESP Notícias *

agenda