Carlos Magno Corrêa Dias*
No Brasil, o Dia do Engenheiro é celebrado em mais de uma data para homenagear os Profissionais da Engenharia (os politécnicos) que se dedicam à inovação, ao desenvolvimento e ao progresso da sociedade. Tanto se comemora o Dia do Engenheiro em 11 de dezembro quanto em 10 de abril.
Em 11 de dezembro de 1933, há 90 anos, se instituía o marco histórico da profissão de Engenheiro no Brasil, pois naquela data era regulamentada no Brasil, mediante o Decreto número 23.569, as profissões de Engenheiro, Arquiteto e de Agrimensor.
O Decreto em referência criou, também, o Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura (Confea) e os Conselhos Regionais de Engenharia e Arquitetura (Creas), responsáveis pela fiscalização profissional e que constituem, em seu conjunto, uma autarquia, sendo cada um deles dotado de personalidade jurídica de direito público.
Cabe salientar que o Decreto 23.569, de 11/12/1933, foi revogado pela Lei número 5.194, de 24/12/1966, a qual passou a regular nacionalmente as profissões Engenheiro, Arquiteto e Engenheiro-Agrônomo.
No dia 10 de abril festeje-se, também, o Dia do Engenheiro e o Dia da Arma de Engenharia do Exército Brasileiro.
A data de 10 abril para o Dia do Engenheiro foi escolhida para homenagear o Tenente-Coronel e Engenheiro Militar João Carlos de Villagran Cabrita (1820-1866) que morreu em combate no dia 10 de abril de 1866 durante a Guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai (1865-1870), quando comandava a Primeira Unidade de Engenharia do Exército Brasileiro (o Primeiro Batalhão de Engenheiros, atualmente o Batalhão da Escola de Engenharia).
A história da Engenharia no Brasil tem seu início com a história da Engenharia Militar do Brasil a qual começou lá nos tempos do Brasil Colônia quando diante das ameaças de perder o território foi iniciada a construção de fortes em pontos estratégicos do solo brasileiro.
No ano de 1808 desembarcava no Brasil o Real Corpo de Engenheiros o qual deu origem à Arma de Engenharia do Exército do Brasil, sendo o Primeiro Batalhão de Engenharia (ou Primeiro Batalhão de Engenheiros) a primeira unidade reconhecida de Engenharia do Exército Brasileiro fundada no ano de 1855.
O Tenente-Coronel João Carlos de Villagran Cabrita, comandante da Arma Azul-Turquesa do Brasil, Patrono da Engenharia no Brasil, “atravessou com sua tropa o tempestuoso Rio Paraná para enfrentar o inimigo em seu próprio território, um feito que, até então, não havia sido realizado por nenhuma tropa aliada. Após horas de intenso combate e graças ao arrojo e à impetuosidade de Cabrita e de seus soldados, a vitória foi alcançada. Contudo, ao redigir o relatório da última conquista, foi atingido por um estilhaço de granada, que lhe tirou a vida aos 46 anos de idade, em 1866”.
Então, tanto 11 de dezembro quanto 10 de abril são datas importantes para celebrar o Dia do Engenheiro, aquele profissional que seguidamente promove transformações no mundo ao engendrar as soluções que as pessoas necessitam para melhor ou mais adequadamente viverem.
Além das datas comemorativas é costume saudar a Engenharia e, por conseguintes, os Engenheiros, utilizando, frequentemente, o símbolo da Engenharia que corresponde à figura da deusa romana Minerva (a qual é, também, reconhecida como deusa Atena na mitologia grega) ao centro de uma engrenagem.
A deusa Minerva é conhecida como a deusa da sabedoria e da estratégia. A engrenagem, por sua vez, é tanto a representação daquilo que está funcionando bem como pode ser interpretada como o motor em constante movimento que conduz ao desenvolvimento e à evolução.
Também é de se salientar que a pedra safira azul é tomada como a pedra da Engenharia (e do Engenheiro) dado que o azul representaria o céu, os limites humanos e a vontade de superar as expectativas sendo a safira considerada como a pedra do saber (da exatidão, da intensa atividade mental e da busca pela verdade).
Neste 11 de dezembro, em particular, quando comemoram-se 9 décadas da Regulamentação da Profissão de Engenheiro no Brasil, festejemos com júbilo os Engenheiros do nosso Brasil.
As normas estabelecidas no histórico Decreto número 23.569, de 11/12/1933, passaram a dar segurança aos correspondentes profissionais permitindo que os serviços e produtos de Engenharia tivessem garantias de solidez, segurança e qualidade; sendo de extrema importância a criação, também, do Confea e dos Creas para o futuro excelente exercício da profissão de Engenheiro no Brasil.
Aos politécnicos (os engenheiros) votos que conduzidos sempre pela necessidade do engendrar (e incentivados e orientados com sabedoria por Minerva) continuem a estabelecer as soluções que contribuam efetivamente para a melhoria de vida das pessoas e para o progresso, desenvolvimento e soberania de nossa Nação.
*Carlos Magno Corrêa Dias é professor, pesquisador, conselheiro consultivo do Conselho das Mil Cabeças da CNTU, conselheiro sênior do Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE) do Sistema Fiep, líder/fundador do Grupo de Pesquisa em Desenvolvimento Tecnológico e Científico em Engenharia e na Indústria (GPDTCEI) do CNPq, líder/fundador do Grupo de Pesquisa em Lógica e Filosofia da Ciência (GPLFC) do CNPq, personalidade empreendedora do Estado do Paraná pela Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (Alep).