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27/08/2024

 

Promover geração de riqueza com sustentabilidade no campo

 

Situação crítica gerada pelas queimadas em São Paulo exige investigação de eventuais ações criminosas e aprimoramento da fiscalização, mas também é alerta para urgência de medidas assertivas que garantam produção com preservação.

 

O Estado de São Paulo iniciou a semana em alerta para queimadas, com escolas e aeroportos fechados, além de várias atividades interrompidas em várias cidades devido à fumaça e à fuligem que tomou conta das localidades. Em Ribeirão Preto, por exemplo, moradores tiveram que deixar suas casas. Os prejuízos, conforme estimativa do governo paulista, devem ultrapassar R$ 1 bilhão, incluindo as perdas nas plantações.

 

A magnitude da situação, com inúmeros focos de incêndios em dezenas de municípios, levou à suspeita de ações criminosas, sob investigação inclusive da Polícia Federal. Os inquéritos somam-se agora às ações da PF já em curso na Amazônia e no Pantanal. Em declaração à imprensa, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, chegou a comparar a situação ao episódio conhecido como “Dia do Fogo”, de agosto de 2019, quando houve movimento coordenado para incendiar áreas da floresta amazônica.

 

É, sem dúvida nenhuma, crucial que haja apuração policial e punição aos responsáveis por tamanho atentado, que tem como vítimas o meio ambiente, a saúde pública, a segurança e a qualidade de vida das pessoas e a produção rural. 

 

Necessário ainda é recuperar e criar estruturas que possam prevenir ações desse tipo. O número de fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama) caiu de 1.311, em 2010, para 591, em 2019. Atualmente, após algum incremento desses efetivos, somados esses quadros aos do Instituto Chico Mendes da Conservação da Biodiversidade (ICMbio), o País dispõe de 1.698 agentes que precisam dar conta de 1,7 milhão de km² de florestas, além de combater crimes em todos os biomas e inspecionar cargas em aeroportos, portos e indústrias poluidoras.

 

Ainda mais importante que suprir essas necessidades relativas à fiscalização e coibição de crimes é implementar no Brasil uma lógica de geração de riqueza no campo assentada na sustentabilidade. O País, que é uma potência agropecuária, precisa agregar valor a essa produção, e certamente a atuação socioambientalmente correta é aspecto central nessa meta.

 

Como defende o projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, a prosperidade no setor deve ser alcançada em acordo com boas práticas ambientais, sociais e de governança (ESG). Além disso, há que se ter como meta garantir segurança alimentar, propiciando condições para que a população em todas as regiões tenha acesso a nutrição adequada. E, evidentemente, o agronegócio deve ser tornar cada vez mais dinâmico e avançado tecnologicamente, observando rigorosamente a proteção dos biomas e a racionalidade no uso de recursos cada vez mais escassos, como água e terra.

 

Esse tema, que segue fundamental na agenda do País, volta ao debate por ocasião do XII Congresso Nacional dos Engenheiros (Conse), que a Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) realiza em São Paulo, nos dias 17, 18 e 19 de setembro. Entre os assuntos técnicos, entra em discussão a tecnologia para promover sustentabilidade e geração de riqueza no campo. O objetivo é aprofundar a questão, que precisa ser vista como estratégica para o desenvolvimento nacional, o bem-estar dos brasileiros e a preservação do planeta.

 

 

Eng. Murilo Pinheiro - Presidente

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Comentários  
# Engenheiro Civil e Especialista FerroviárioJosé Augusto Moraes 28-08-2024 09:54
O estado de São Paulo por ser o estado que concentra a maior parte da população de nosso país, ao meu ver, deve ser líder nas ações contra a criminalidade ao meio ambiente de nosso país.
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