A partir de 2006, a descoberta dos reservatórios do pré-sal mudou o patamar das reservas petrolíferas do País. Formada há 150 milhões de anos, a camada possui grandes reservatórios de óleo leve. As rochas do pré-sal têm extensão de 800 quilômetros do litoral brasileiro, desde Santa Catarina até o Espírito Santo, e atingem até 200 quilômetros de largura. Desde então, a Petrobras anuncia novas reservas, a última foi no dia 12 de abril passado, com a descoberta de uma acumulação de petróleo de boa qualidade em poço localizado ao norte do campo de Lula, na Bacia de Santos.
Um recurso natural que pode mudar a história do Brasil, se a riqueza proveniente da exploração do pré-sal for usada de fato no desenvolvimento do País. O consultor técnico do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, Carlos Monte, na entrevista a seguir, defende o estabelecimento de metas de extração e exportação do petróleo e seus derivados que não comprometam a prioridade ao consumo interno.
SEESP – As grandes reservas de petróleo da camada pré-sal podem mudar a história do Brasil em termos de desenvolvimento econômico e social?
Carlos Monte – Certamente. Pela aplicação de parte significativa dos royalties do petróleo do pré-sal em programas de alcance social, como já está previsto na legislação específica. Resta a decisão do Congresso sobre a distribuição dos royalties entre Governo Federal, estados e municípios para ficar determinado como cada um destes entes públicos irá usufruir dos benefícios.
SEESP – O Cresce Brasil cita a importância de o País ter como paradigma países como a Suécia, Finlândia e Noruega, que exploraram de forma sustentável e socialmente inclusiva seus recursos naturais. O Brasil está nesse caminho com o pré-sal?
Carlos Monte – Realmente precisamos explorar com equilíbrio para não comprometer o futuro, pois nunca custa lembrar que estes são recursos naturais não renováveis e que devem beneficiar a nossa população por longo tempo, por várias gerações.
SEESP – Como fazer com que a riqueza da exploração do pré-sal fique no País e não se torne, em grande parte, uma fonte de lucro de petrolíferas estrangeiras?
Carlos Monte – Estabelecendo metas de extração e de exportação do petróleo e seus derivados que não comprometam a prioridade que deve ser dada ao consumo interno.
Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa - SEESP