Em 2001 o economista inglês Jim O’Neill, um dos mais altos salários do banco de investimentos Goldman Sachs , criou a expressão BRIC para enfatizar as consequências e atratividades do desenvolvimento econômico do Brasil, da Rússia, da Índia e da China chamando a atenção dos investidores para esses países.
Esta invenção artificial substituiu rapidamente na literatura econômica dos rentistas e especuladores os conceitos — agora arcaicos —de países emergentes, países em desenvolvimento, novos países industrializados, tigres, dragões e jaguares. Rapidamente, à lista, acrescentou-se o S da África do Sul e hoje já se fala no México, na Turquia, na Nigéria, na Venezuela e até no Vietnã.
São, em geral, países com relativamente grandes áreas e grandes populações, capazes de apresentar em condições e ritmos diferentes algumas semelhanças no desempenho econômico, na industrialização e nas vantagens oferecidas aos investidores/especuladores, às voltas com as dificuldades econômicas e sociais dos países ricos e desenvolvidos.
O que era apenas um apelido esperto, “uma sopa de letras”, transformou-se, por conta daquelas dificuldades, em uma realidade geopolítica no mundo atual com aproximações entre as diplomacias respectivas e as tentativas de coordenação entre as políticas econômicas.
Para que haja futuro — e futuro promissor — é preciso fazer avançar também as relações mútuas entre os movimentos sindicais destes países, ainda que as diferenças entre as estruturas sindicais, as experiências acumuladas e o protagonismo dos sindicatos sejam bem diferentes em cada um deles.
O forte movimento sindical brasileiro deveria se interessar junto com os organismos sindicais internacionais a que se filia em articular o mais rápida e efetivamente as relações entre os movimentos sindicais nos BRICS, o SINDBRICS.
* por João Guilherme Vargas Neto, Consultor Sindical
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