As definições detalhadas e as minúcias que cercam os temas-chave da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, levaram os negociadores brasileiros e estrangeiros a passarem a noite desta quinta-feira (14/06) e a madrugada de sexta (15) em reuniões. Os debates foram reabertos nesta manhã. A maior parte das divergências, entretanto, não foi dirimida. A expectativa para hoje é que mais um dia longo de debates e discussões se estenda.
Os negociadores dos países que formam o G77 (grupo formado por países em desenvolvimento) anunciaram durante as reuniões da madrugada o abandono das discussões sobre o significado e a representação de economia verde. Para os países desenvolvidos e os em desenvolvimento, a expressão tem diferentes compreensões.
Segundo negociadores, o temor do Brasil, por exemplo, é que a economia verde leve à imposição de barreiras tarifárias que possam impedir a comercialização de produtos essenciais na balança comercial brasileira. No passado, a venda de atum brasileiro foi prejudicada devido às barreiras alfandegárias.
Há, ainda, dificuldades impostas pelas diferentes interpretações sobre transferência e parceria em tecnologias, padrão de produção e insumos. Paralelamente, existem pendências envolvendo principalmente as definições sobre metas para curto e médio prazo, assim como recursos para a execução das propostas.
Também falta consenso em relação às propostas relativas à transferência de tecnologias limpas, capacitação de profissionais para a execução de programas relacionados ao desenvolvimento sustentável, além da possibilidade de fortalecimento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), tornando-o autônomo e com mais recursos, e a criação de um fundo – para o desenvolvimento sustentável.
A proposta do fundo, defendida pelo Brasil, determina o compromisso formal de todos os países em adotar o incentivo ao desenvolvimento sustentável como meta. A ideia é que todos colaborem com recursos para obtenção de US$ 30 bilhões a partir de 2013 até chegar a US$ 100 bilhões, em 2018. Mas o Canadá, os Estados Unidos e os europeus se opõem à ideia.
Imprensa – SEESP
* Informação da Agência Brasil
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