Desde a descoberta de indícios de petróleo no pré-sal na Bacia de Santos, pela Petrobras, em 2006, a Baixada Santista, litoral paulista, não é mais a mesma. Passados seis anos, a região conquista para si a atenção não só da petrolífera brasileira, mas de outras empresas e negócios em torno do setor de petróleo e gás.
Reportagem recente do site G1 informa que algumas novas oportunidades de emprego, na área, chegam a oferecer remunerações que ultrapassam os R$ 20 mil. Márcia Chiadegatti, da Robert Half, empresa de recrutamento com mais de 300 escritórios pelo mundo e responsável pelas operações na Baixada Santista e no ABC Paulista, acredita que a região ainda tem muito para crescer. “A gente percebe um movimento mais tímido de empresas que vem para Santos e elas estão começando a contratar profissionais mais técnicos”, diz.
Há muitas oportunidades para profissionais mais especializados como gerentes de manutenção e diretores. O salário depende do nível de conhecimento e de responsabilidade dentro da empresa. Segundo ela, um gerente geral do setor de petróleo e gás, responsável por uma operação como um todo, pode ganhar em tornou de R$ 35 mil. Após dez anos na empresa, o salário chega a R$ 68 mil em grandes companhias. Diretores comerciais, que estão começando na empresa, podem ter a remuneração de até R$ 27 mil. Outros profissionais como engenheiros e coordenadores contábeis precisam ser graduados, além de já terem experiência de cerca de 3 a 4 anos na área e um bom nível de inglês. Para esses profissionais, o salário inicial gira em torno de R$ 5 mil. De acordo com a Chiadegatti, o inglês é muito importante no setor de petróleo e gás. “Grandes empresas precisam fazer negócios com essas pessoas, ou então ela faz parte de um grupo de fora do país e precisa reportar as informações da empresa”, explica.
O professor do curso de Engenharia de Petróleo e Gás, Áureo Emanuel Pasqualeto Figueiredo, explica que os salários são elevados porque a indústria de petróleo segue padrões internacionais. Tudo é cotado em dólar. Para ele, a remuneração vai de acordo com as exigências do mercado. “Precisa saber inglês, ter noções de qualidade, noções de logística, além do conhecimento técnico específico. Essas pessoas podem estar trabalhando hoje aqui e amanhã em outro lugar do mundo”, diz.
O especialista diz que o mercado de petróleo na Baixada Santista é antigo por conta do refino e distribuição de derivados da Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão, que existe há mais de 50 anos. Ele fala que, agora, o foco é a exploração e a produção do petróleo. “A colocação de pessoas contempla um efeito multiplicativo, desde as profissões técnicas e toda a cadeia de serviços, como área de saúde e hotelaria", diz.
Engenharia ´subsea´
Figueiredo explica que a engenharia ´subsea´, especialidade da engenharia de petróleo e gás em que é preciso saber toda a complexidade de situação para explorar o petróleo que esta a 2 mil metros abaixo da terra, saber sobre pressão atmosférica, condições das correntes do mar e temperatura, é uma das áreas em que se procuram mais profissionais no mundo. “Tem poucas pessoas especializadas nisso. Temos que começar a nos preparar. Tem coisas que só ao longo do tempo as pessoas vão aprender. Se os brasileiros não ocuparem o espaço eles vão trazer gente da Indonésia, de outros lugares", fala. Ele diz que o primeiro passo para concorrer a essas vagas é ser graduado e se qualificar na área.
Porém, o especialista afirma que é preciso cautela por parte do mercado para que não haja uma grande quantidade de profissionais do mesmo setor. Uma recente pesquisa feita pelo Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior do Estado de São Paulo mostrou que 49% dos alunos matriculados em 2010, no ensino a distância, optaram por cursos no setor de petróleo e gás. Ele dá o exemplo da Bacia de Campos. “Milhares de pessoas foram para lá e criou-se um cinturão de pobreza em volta da cidade. As pessoas não tinham qualificação. Se o cara nem consegue entender a ordem que está sendo dada a ele, porque é em outra língua, ele não vai ser colocado em um lugar que ele pode até morrer”, explica.
Para ele, a vinda de estrangeiros é imprescindível. “Não vamos ter a pretensão de que tudo vai ser ocupado por brasileiros. Vai precisar vir pessoas com conhecimentos que acabarão passando informações para os nossos profissionais. Assim como quando implantaram a refinaria, vieram técnicos estrangeiros. Hoje nós temos uma engenharia de excelência nessa área”, diz ele. Figueiredo explica que é importante empregar profissionais brasileiros, de várias áreas, para que possam fazer essa indústria do petróleo e gás crescer e que o núcleo de riqueza retorne para o próprio país.
Imprensa – SEESP
Informações do G1/Globo
Tenho experiencia de 40 anos na indústria de gás combustível e sua interface com a de petróleo e, a menos do Promin e do treinamento que a PB dá a seus funcionários, não conheço nada sério que seja de alcance de profissionais em formação. Mas também conheço pessoas que venceram porque tinham o querer, com compromentiment o e chegaram ao topo.
Vamos planejar todo o ciclo produtivo e não somente partes de um todo que envolve o insumo humano que, necessariamente , deveria ser o brasileiro. Ademais, bons e maus profissionais há em todos os países e não consta que no exterior só haja bons profissionais.
Vamos valorizar sob todos os quesitos o nosso insumo nacional.
Agradeço àqueles que me leram até aqui.
ADemar