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11/04/2013

Perspectivas positivas para as campanhas salariais 2013

A projeção de negociações alvissareiras foi apontada por especialistas durante o Seminário de Abertura das Campanhas Salariais 2013. Realizado em 10 de abril, no auditório do SEESP, na Capital paulista, o evento já tradicional encontra-se em sua 13ª edição. O objetivo principal é sedimentar o caminho do diálogo entre capital e trabalho. Assim, recebe anualmente interlocutores do sindicato nas empresas e entidades patronais. Neste ano, estiveram presentes representantes de recursos humanos da Sabesp, Embraer, Telefônica-Vivo, Emae, Elektro, CDHU, SPTrans, CET, Cetesb, Cteep, além do Sinaenco (Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva). Também prestigiou a iniciativa o presidente do Crea-SP (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de São Paulo), Francisco Kurimori.

* Veja aqui as fotos do evento

À abertura, Murilo Celso de Campos Pinheiro, presidente do SEESP, destacou a importância do seminário para se buscar “avanços e entendimento (da conjuntura em que se dará o processo no ano)”. O consultor sindical João Guilherme Vargas Netto saudou sua realização por 13 anos consecutivos. “Os seminários se deram nas mais diferentes situações políticas e econômicas. O SEESP acumulou êxitos e hoje é detentor de um saber negocial sobre as condições de ação dos engenheiros.”

Na sua opinião, a conjuntura sindical no Brasil, na atualidade, é extremamente favorável – na contramão do que vem ocorrendo no mundo. “Tem-se emprego, ganho real, unidade de ação e clareza na luta pelo desenvolvimento.” Diante disso, ele foi categórico: “O SEESP propõe, pressupõe e vai agir para ter em 2013 resultado pelo menos igual ao tido em 2012, o qual foi o melhor ano em termos de resultados salariais da história do sindicato.” Vargas Netto observou que o saldo positivo se deu mesmo diante de um baixo crescimento do PIB (produto interno bruto), de apenas 0,9%. “Os ganhos reais têm feito com que o Brasil resista à crise que tem avassalado outras economias”, salientou. “A luta reivindicatória tem que se casar com a qualificatória e de objetivos convergentes. Que este seminário nos ilumine e abra a perspectiva de avanços significativos em que transparência e democracia sejam palavras-chaves.”

Ganhos reais
O ano de 2012 é uma boa medida para as negociações deste ano. Como apontou Clemente Gans Lúcio, diretor do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), no período houve ganhos reais  em 95% dos acordos coletivos. Na sua análise, as campanhas salariais têm se dado – e 2013 não será diferente – em meio a uma transição, em que a economia assentada nos últimos anos no rentismo deve passar a se sustentar no setor produtivo. “Configura-se um portfólio de investimentos da iniciativa privada, uma perspectiva na esfera estatal e de infraestrutura social e um volume do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) como jamais se viu no País. Esse cenário está em disputa.” Gans Lúcio indicou que, mesmo diante de desafios, como a tentativa de setores baseados no rentismo de ressuscitarem o fantasma da inflação e a possibilidade de aumento na taxa de juros como consequência, é possível enxergar “oportunidades inéditas”. As negociações salariais, nesse sentido, “são o recurso para a partilha de ganhos econômicos e a construção de uma sociedade muito menos desigual”.

Já Antonio Augusto de Queiroz, o Toninho, diretor de documentação do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), indicou conjuntura política sem grandes sobressaltos – o que pode levar o setor empresarial, ancorado no rentismo e no oligopólio das comunicações, a recuar na aposta de “terrorismo inflacionário para a volta de subida da taxa de juros e contenção de salários”. “Quando perceberem que tem se mantido o crescimento da demanda e sido aberto espaço à iniciativa privada em setores onde antes essa não participava, vão ver que não vale a pena o enfrentamento.”
 

Soraya Misleh
Imprensa - SEESP




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